O Dia do Motorista é celebrado, nacionalmente, hoje (25 de julho), data que também homenageia São Cristóvão, padroeiro dos motoristas e viajantes. A Guarupass, associação responsável pelo sistema de bilhetagem eletrônica em Guarulhos, aproveita a ocasião para reunir histórias marcantes que mostram os desafios, a dedicação e a humanidade presentes no dia a dia desses trabalhadores que garantem o transporte diário de milhares de pessoas na cidade.
É o caso de Joel Francisco de Souza, de 56 anos, que há 31 anos trabalha na empresa Campo dos Ouros, em Guarulhos, e conta o que o motiva como profissional. Ele afirma que levanta cedo todos os dias, com disposição para conduzir um veículo de grande porte, para levar a população da cidade a diversos destinos, seja para o trabalho, consultas médicas, escola ou até mesmo momentos de lazer. “Atender bem a população da minha cidade é o que me move”, diz Souza.
Aliás, gostar de pessoas é essencial para quem escolhe essa profissão. No dia a dia, o motorista de ônibus lida com passageiros de diferentes origens, idades, gêneros e personalidades — o que exige empatia, respeito e equilíbrio emocional. Não é à toa que esses profissionais acumulam histórias marcantes ao longo da carreira.
“Em um dia chuvoso, avistei um cadeirante aguardando o ônibus. Estava todo molhado. Na época, nem todos os ônibus tinham plataforma de embarque. Eu e o cobrador descemos do ônibus para o colocarmos dentro do veículo com segurança. Alguns anos se passaram até que encontrei este passageiro em um posto de gasolina. Ele me reconheceu e agradeceu a minha atitude. Foi um momento de emoção e orgulho para mim”, sinaliza Souza.
Outro caso emocionante é o do motorista Aparecido Pereira, de 56 anos, que atua há 30 anos como motorista na Viação Campo dos Ouros. Ele conta, com orgulho, o amor que tem pela profissão, pois desde criança sonhava em ser motorista. “Hoje, além de ter realizado esse sonho, sei que contribuo para a vida das pessoas, levando-as ao trabalho, à escola, ao hospital. Sinto que faço parte do desenvolvimento da cidade e tenho muito orgulho disso”, afirma.
Ele ressalta, ainda, que todos os dias recebe das pessoas nas ruas um ‘bom dia’, um ‘obrigado’, um gesto de carinho e quando chega em casa, após o expediente, tenta retribuir para a família as palavras delicadas que escuta dos passageiros. Aparecido revelou uma surpresa que precisou lidar tempos atrás:
“Uma passageira gestante entrou em trabalho de parto durante o percurso. Foi muito complicado, eu não entendo nada sobre o assunto, mas, com a ajuda de um bombeiro que estava dentro do ônibus, o bebê nasceu. Além de todo o trabalho de parto, providenciamos o transporte da mulher ao hospital, garantindo a segurança da passageira. Alguns dias depois, ela voltou para me agradecer e, para minha surpresa, me convidou para ser o padrinho da criança. Foi uma emoção muito grande”, diz Pereira.
Francisco Hélio Costa, de 56 anos, que atua há 25 anos como motorista de ônibus da Empresa de Ônibus Vila Galvão, também viveu a mesma experiência do Aparecido: uma passageira grávida entrou em trabalho de parto durante a viagem e o bebê acabou nascendo dentro do coletivo. “Foi uma emoção muito grande. Hoje, tenho o privilégio de ser padrinho do adolescente, que já está com 16 anos”, conta Costa.
Outro episódio marcante foi relatado pelo motorista Luciano da Silva Vieira, 42 anos, que atua há 15 anos na Viação Urbana Guarulhos. Ele foi testemunha do início de uma história de amor. Um casal se conheceu dentro do ônibus que ele conduzia, começou a namorar e, hoje, são casados e têm filhos. “O dia a dia dessa profissão nos proporciona vivenciar momentos emocionantes como esse”, destaca Vieira.
Cristina Ribeiro, 41 anos, que trabalha há três anos na Viação Campo dos Ouros, deixa um recado para outras mulheres que almejam ter uma carreira. “Sou orgulhosa por ter conquistado o meu sonho de ser condutora de ônibus. Quero também inspirar outras mulheres a seguirem em frente e a lutarem pelos seus próprios sonhos. Recomendo a minha profissão, que é importante para a sociedade e exige amor ao próximo”, afirma Cristina.


