A prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), decretada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) na última segunda-feira, gerou protestos de políticos até de outros espectros ideológicos e de importantes lideranças do setor jurídico do Brasil e do exterior. No entanto, o prefeito da maior cidade administrada pelo partido do presidente, Lucas Sanches, de Guarulhos, se calou. Não fez qualquer postagem ou manifestação de solidariedade ao líder maior do PL.
Lideranças de partidos que fazem parte da base do governo federal, inclusive com cargos de primeiro escalão de Lula, se posicionaram contra a prisão. Mas Lucas, que durante a campanha eleitoral no ano passado, tentou colar sua imagem em Bolsonaro, espalhando banners e faixas por toda a cidade, sugerindo que tinha o apoio do ex-presidente, preferiu se manter isento mais uma vez.
Aliás, a posição de “isentão” de Lucas Sanches foi determinante para ele não receber o apoio de Bolsonaro nas eleições municipais em Guarulhos. Em 2022, em uma entrevista a uma TV local, o hoje prefeito quando questionado se preferia Lula ou Bolsonaro na disputa presidencial, preferiu não responder, dizendo que não iria se posicionar. A gravação irritou o ex-presidente que acabou apoiando o candidato do partido do governador Tarcísio de Freitas, o deputado Jorge Wilson, do Republicanos.
Hoje, passados três dias da prisão domiciliar de Bolsonaro, Lucas mais uma vez opta pela “isenção” e não defende o líder de seu partido. Um dia antes da decisão de Moraes, no domingo, o prefeito também não compareceu a um ato convocado por lideranças da direita na avenida Paulista, em defesa de Bolsonaro.


