Apesar de terem sido desligados nas rodovias federais sob gestão direta do governo desde o dia 1º de agosto, os radares de velocidade continuam operando normalmente nas vias concedidas à iniciativa privada, como a Fernão Dias e Presidente Dutra, que passam por Guarulhos.
A medida foi provocada por um corte de 88% no orçamento do Programa Nacional de Controle Eletrônico de Velocidade (PNCV), que passou de R$ 364 milhões para apenas R$ 43,3 milhões.
No caso das rodovias federais sob concessão, como são a Fernão Dias, que parte de Guarulhos em direção a Minas Gerais, passando pelos municípios de Mairiporã, Atibaia e Bragança Paulista, e a Dutra, que liga São Paulo ao Rio de Janeiro, os radares são de responsabilidade das empresas que as administram, como a Arteris e a CCR, do grupo Motiva. Desta forma, não foram afetados pelos cortes do governo federal.
O impacto é significativo: cerca de 47 mil quilômetros de estradas federais ficaram sem fiscalização eletrônica, aumentando o risco de acidentes graves. Segundo especialistas, o excesso de velocidade é uma das principais causas de mortes no trânsito brasileiro.
A suspensão dos radares compromete metas do Plano Nacional de Redução de Mortes e Lesões no Trânsito (PNATRans), que busca reduzir em 50% os óbitos até 2030. Além disso, os acidentes em rodovias federais geram prejuízos estimados em R$ 22,6 bilhões por ano.
Entidades como a Abeetrans já sinalizaram que podem acionar judicialmente o governo federal, caso os radares não sejam religados em breve. Enquanto isso, motoristas devem redobrar a atenção, especialmente em trechos críticos das rodovias federais.


