Cidades

1ª Feira de Culturas Indígenas vai até esta sexta-feira no Centro de Guarulhos

A venda de uma série de produtos artesanais, como peças de cestaria e cerâmica e objetos de decoração, chamou a atenção dos transeuntes pelo calçadão da rua Dom Pedro II, no Centro, na manhã desta quinta-feira (14). A 1ª Feira de Culturas Indígenas de Guarulhos, que vai até esta sexta-feira (15), das 10h às 18h, apresenta produtos manufaturados em sua maioria na Aldeia Multiétnica Filhos Desta Terra, no Cabuçu.

A aposentada Maria Paulina da Conceição, por exemplo, ficou impressionada com a qualidade dos produtos e com as cores vivas utilizadas pelos indígenas. “São peças lindíssimas e você percebe que todas são feitas com muito carinho e dedicação. Comprei uma pulseira e um anel de tucum para a minha sobrinha”, comentou, referindo-se a um símbolo cultural e religioso usado principalmente pelos cristãos no Brasil, especialmente católicos, como um sinal de compromisso com os pobres e com a Teologia da Libertação, cujo maior expoente no país é o filósofo e teólogo Leonardo Boff.

Já a funcionária pública Juliana Silva de Almeida adquiriu um colar feito com peças de madeira e ossos de boi. “Este é para mim mesmo. Achei incríveis as peças aqui expostas, uma mais bonita do que a outra, principalmente os cocares e suas variedades de cores”, disse. Juliana aproveitou para elogiar a iniciativa da Subsecretaria da Igualdade Racial de Guarulhos, que fornece apoio cultural, logístico e na alimentação dos indígenas que participam da feira.

Os itens mais vendidos pelos indígenas no calçadão da rua Dom Pedro II são pulseiras, colares, brincos e maracás – instrumento musical feito geralmente de uma cabaça seca e oca ou coco seco preenchido com pedras, fixado em um cabo de madeira. “O ponto no Centro é ótimo para nós. Aqui temos muita visibilidade porque o movimento de pessoas é intenso”, elogiou o indígena Gabriel Pankararu, que fabrica os próprios artesanatos e mora na Aldeia Filhos Desta Terra.

Já para Vanja Pankararé, também moradora da aldeia e artesã, iniciativas como a feira são fundamentais para a geração de renda dos indígenas. “É uma das maneiras pelas quais sobrevivemos. Eu, por exemplo, aos 63 anos ainda não sou aposentada, então vender os itens que meu marido e eu fabricamos ajuda demais. Porém, mais do que a venda, é fundamental que as pessoas que passam por aqui conheçam o nosso trabalho e a nossa cultura”, disse.

Agosto Indígena

A feira no calçadão faz parte das atividades do Agosto Indígena 2025, cujo principal expoente é o 18º Encontro dos Povos Indígenas de Guarulhos, que acontecerá nesta sexta-feira, sábado e domingo (dias 15, 16 e 17) de forma descentralizada, mas principalmente na Aldeia Filhos Desta Terra (avenida Benjamin Harris Hanicutt, 4.112, Portal dos Gramados) pela manhã e de tarde.

Já a abertura oficial do Agosto Indígena ocorrerá no auditório do prédio C da Universidade Guarulhos (UNG – praça Tereza Cristina, 88, Centro) a partir das 19h desta sexta-feira (15), logo após o encerramento da feira de artesanato.