Guarulhos voltou a ter equipes da TV Globo frequentando Guarulhos de forma mais assídua. Semana passada, uma grande reportagem tratou da proibição da utilização das cores azul e amarela pela administração de Lucas Sanhces nos ônibus e equipamentos municipais. A emissora, de forma independente, mostrou os problemas causados pela medida. E usou o depoimento de uma fonte técnica que deixou claro: a prática pode ferir a Constituição.
Autopromoção 
O artigo 37 exige que a administração pública respeite os princípios da impessoalidade e da moralidade. Além disso, a Lei de Improbidade Administrativa, de 1992, proíbe o uso de bens públicos para autopromoção ou promoção partidária. “A prefeitura é uma estrutura de estado, que vai além da figura de quem ocupa temporariamente o cargo. Não pode ser usada para vincular a cidade a um partido ou interesse pessoal”, afirmou Mariana Chiesa, professora de Direito do Insper.
Sem médicos
Nesta terça-feira, mais uma vez a emissora voltou a Guarulhos. Novamente, uma ampla reportagem para mostrar que faltam profissionais na área de infectologia no centro especializado de atendimento para pacientes com HIV da Prefeitura. Pacientes sem atendimento falaram, reclamaram, mostraram a dificuldade em marcar consultas por ter apenas um infectologista para atender mais de 2 mil pacientes. No entanto, a resposta da administração, enfadonha, de que tudo está normal, foi facilmente rebatida pela repórter ao vivo e pela apresentadora do telejornal.
Vai perder
A derrubada da liminar que proibia o governo Lucas de seguir pintando ônibus e os equipamentos públicos com as cores do PL, azul e amarelo, não pode ser muito comemorada pela Casa Branca. Apesar de poder até ser considerada uma vitória na Justiça, a medida é apenas temporária. Pode até demorar mais algum tempo, mas juristas especialistas no tema dão como derrota certa para o Governo a decisão final, já que personificar uma administração pública com cores e símbolos de um partido ou de um mandatário configuram sim improbidade. No Brasil afora, há uma coleção de decisões desfavoráveis a quem agiu desta forma. Alguns até chegaram a perder seus mandatos. Outros foram obrigados a devolver os valores gastos ou restituir com recursos próprios as condições iniciais.
Mente descaradamente
Foi assim nos 100 dias, nos 6 meses, depois nos 7 e agora nos 8. A ladainha se repete. Lucas volta a usar as redes sociais para se gabar de ser o prefeito que mais fez entregas no período em toda a história de Guarulhos. No entanto, não passam de mentiras, já que as entregas realizadas se tratam de obras ou ações do governo anterior.
Não foi ele que fez
Agora, Lucas Sanches não cansa de repetir que foi do governo dele a iniciativa de transformar um terreno abandonado entre as avenidas Tancredo Neves e Monteiro Lobato numa importante ligação viária para desafogar o trânsito da região. Sim. Ele vai entregar em breve. Mas todo o projeto e execução da obra foi realizada no governo Guti, ficando para o atual apenas finalizar. Aliás, pelo pouco que faltava para concluir a obra, dá para dizer que 8 meses foi tempo demais, numa demonstração que a administração Lucas é devagar, quase parando.


