Conectado Política

CONECTADO – De novo, governo Lucas só reage à base de pressão

Enquanto a Comunicação do prefeito Lucas Sanches (PL) se recusa a responder demandas enviadas por veículos que se mantiveram independentes nesta gestão, quando a corda aperta, a partir de questionamentos da grande imprensa, as respostas aparecem. Mesmo que não sejam baseadas na verdade. Dois meses após um “silêncio ensurdecedor” depois que Lucas decretou o “IPTU do Além”, finalmente o governo municipal se manifesta. Mas só para as TVs Globo e Band.

Culpa da atual gestão, sim senhor

Na segunda-feira, quando a TV Globo exibiu longas reportagens em dois de seus principais telejornais sobre a decisão de Lucas de implantar uma nova taxa de conservação dos cemitérios municipais, que podem chegar perto dos R$ 700 por ano para quem tiver entes queridos sepultados nos equipamentos, a Comunicação soltou uma nota nada verdadeira atribuindo à gestão anterior o decreto. No entanto, basta olhar o Diário Oficial para ficar sabendo que o decreto que institui o “IPTU do Além” foi assinado por Lucas Sanches em 4 de julho deste ano, valendo a partir de 2026.

Queimado na mídia

Diante da grande repercussão negativa para Lucas Sanches, a resposta enviada para a Band foi tirada da cartola, aquelas coisas de última hora apenas para tentar empurrar o problema para frente. Sem haver qualquer regulamentação oficial neste sentido, a Comunicação informou que vai isentar da taxa as famílias de baixa renda. Para os demais, a regra é a possibilidade de dividir o custo ao longo do ano. “Esse valor poderá ser parcelado em até 12 vezes”, informou a gestão.

Gestão sem crédito

A própria emissora não botou muita fé na resposta oficial. E informou: “Embora a prefeitura tenha prometido o benefício, os critérios específicos para definir quem se enquadra nessa categoria ainda não foram divulgados, um ponto que gera expectativa e precisa de acompanhamento”, postou a Band.

 

 

Só para lembrar

Chega a ser cômico para não dizer trágico a Comunicação de Lucas informar que vai isentar de cobrança famílias de baixa renda. Nunca é demais lembrar que o Executivo aprovou junto ao “pacote de maldades” na Câmara Municipal em 30 de junho regras mais rígidas para conceder gratuidades nos sepultamentos. Para ter direito a qualquer isenção, as famílias, além de inscritas no CAD Único, deverão estar atreladas a programas do município voltadas à baixa rende. Mais uma vez, apenas jogam para a torcida.

E tem Ministério Público na área

Nas reportagens publicadas pela grande imprensa, um ingrediente a mais que deve incomodar muito Lucas Sanches. O Ministério Público Estadual foi acionado para investigar os motivos da cobrança do IPTU do Além, abrindo prazo de 30 dias para a Prefeitura responder questionamentos a respeito da criação dessa nova taxa. O prazo teria começado em 2 de setembro.

Mais MP em cima de Lucas Sanches

Como publicado semana passada nesta coluna, o Ministério Público também recebeu uma ação popular denunciando Lucas Sanches por gastos de R$ 2,4 milhões em redes sociais nos últimos cinco anos, sem apresentar renda suficiente para tais “investimentos” em promoção pessoal. Até o momento, não há informações como será o encaminhamento da denúncia, mas dificilmente o MP irá se calar, já que é impossível justificar tais gastos, para alguém que em 2020 fazia campanha apenas com uma bicicletinha e uma caixa de som.

 

Governo jogando contra o Delegado?

Por incrível que possa parecer, o projeto de lei de autoria do vereador Delegado Mesquita (Republicanos ainda) que concederia Título de Cidadão Honorífico Guarulhense a Mario Palumbo Junior, o deputado federal mais conhecido como Delegado Palumbo, foi rejeitado pela Câmara Municipal na sessão desta segunda-feira, causando grande mal-estar na Casa. Eram necessários 23 votos favoráveis, mas o placar final foi de 22 a favor e uma abstenção, sendo que havia 32 vereadores presentes. Nove deles simplesmente não votaram, o que gerou a reprovação do projeto.

Ausências estratégicas

Apesar de, oficialmente, diversos parlamentares da base do Governo terem votado favoravelmente ao PL de Mesquita, a rejeição foi estrategicamente pensada, já que parlamentares que seriam votos certos resolveram “por livre e espontânea vontade” de alguém se ausentar do Plenário. Desta forma, o Delegado Mesquita, que estaria de saída do Republicanos, ficou com o mico na mão e a desconfiança (ou seria certeza) que seus colegas jogaram contra ele.