Um trabalho do Centro de Inteligência da Polícia Militar (CIPM) levou à descoberta de uma quadrilha especializada em roubos de carga e caminhões que atuava em diversas rodovias do estado de São Paulo
Após diligências, foi identificada a quadrilha armada liderada por um criminoso residente em Guarulhos e Mogi Guaçu (SP), responsável por recrutar ladrões, geralmente em grupos de quatro, que abordavam caminhões em movimento ou em áreas de descanso.
A investigação identificou o padrão das ações criminosas, incluindo a interceptação de veículos em movimento ou em áreas de descanso, a retenção dos motoristas em cativeiro e a extorsão por transferências bancárias. Com base nas informações extraídas, a Polícia Militar Rodoviária e a Polícia Federal deflagraram, nesta quarta-feira (17), uma operação para desarticular essa quadrilha. Até agora, ao menos 11 suspeitos foram presos por envolvimento no esquema criminoso.
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Os motoristas eram rendidos com o uso de arma de fogo, e as vítimas – incluindo acompanhantes, como esposas e filhos – eram mantidas em cativeiro até que os veículos fossem levados ao destino final. Enquanto retiam as vítimas, os criminosos ligavam para os famíliares exigindo trasnferências bancárias, entrega de documentos, dinheiro, celulares e objetos pessoais de valor, que serão periciados e investigados na Delegacia de Polícia Federal em Campinas.
O levantamento também mostrou que, após ações policiais anteriores, a quadrilha passou a roubar os veículos para levá-los a um galpão usado como desmanche, localizado em Mogi Guaçu. Entre novembro de 2024 e junho de 2025, foram atribuídos à organização 26 roubos e um furto em cidades como Boituva, Itapecerica da Serra, Itu, Jundiaí, São Bernardo do Campo, Sorocaba e até Extrema, em Minas Gerais.
Segundo o coronel Hugo Araújo Santos, comandante da PM Rodoviária, as informações obtidas pelo Centro de Inteligência foram repassadas para o Ministério Público, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), que iniciou a investigação. Como foi descoberto que a quadrilha tinha atuação interestadual, foi solicitado o apoio da Polícia Federal.
“As ações mais eficazes de combate ao crime organizado começam com um trabalho de inteligência que identifica o modus operandi da quadrilha, permitindo que órgãos estaduais e federais atuem de forma coordenada. Não se trata apenas de prender criminosos, mas de prevenir novos crimes e reduzir os índices de roubo de carga”, explicou o coronel Hugo Araújo Santos, comandante da PM Rodoviária.
A operação cumpre 17 mandados de prisão temporária e 12 de busca e apreensão em cidades do interior e da Grande São Paulo.