O encontro reuniu estudantes e especialistas para discutir os efeitos do uso excessivo da internet no bem-estar emocional e reforçar a importância do diálogo como ferramenta de cuidado.
O diretor geral do São Luiz Guarulhos, Rodrigo Borssari, lembrou que a proposta do hospital vai além da assistência médica. Segundo ele, a instituição “veio para o município não apenas para tratar doentes, mas também para estabelecer informação de qualidade que traga saúde e bem-estar para a população como um todo”. Ele destacou ainda que “o pronto atendimento faz mais de 10 mil atendimentos por mês, e a maior parte das internações é por questões mais graves, que incluem distúrbios de ansiedade e depressão, muitas vezes culminando em risco de vida. Nesta faixa etária da adolescência, precisamos falar sobre o assunto de forma contínua, buscando um meio termo no uso das tecnologias”.
A palestra foi conduzida pelas psicólogas Natalia Assis Scherretti e Patrícia Bader, ambas especialistas em Psicologia Ocupacional. As profissionais discutiram como a comparação social, o excesso de exposição digital e a falta de limites no uso de telas podem intensificar sintomas de ansiedade.
Patrícia ressaltou a receptividade dos estudantes: “Foi muito interessante perceber que eles são abertos e trazem relatos importantes sobre cuidados com a saúde mental. Isso mostra que, quando existe espaço para diálogo, também há disposição real para repensar hábitos e buscar equilíbrio”.
Entre as orientações práticas, as psicólogas sugeriram estabelecer rotinas de pausas, controlar notificações e reservar tempo para atividades offline, reforçando que o objetivo não é “demonizar a tecnologia, mas incentivar o uso consciente e saudável, que não roube espaço do convívio familiar e social”.
Os próprios alunos também contribuíram com suas percepções. Para Tiago, a chave está em equilibrar tempo online e offline. Ele disse procurar “não passar muito tempo em telas e valorizar conversas com a família e os amigos, porque são esses vínculos que dão sentido ao nosso dia a dia, muito mais do que qualquer curtida ou comentário na internet”.
Já Melissa observou que “a vida das redes sociais parece muito perfeita, mas perfeição não existe”. A estudante reconheceu que às vezes passa mais tempo do que gostaria conectada, mas contou que costuma buscar apoio em casa: “Minha família me orienta caso eu precise ajudar algum amigo que esteja passando por dificuldades, e isso me faz perceber que estar presente de verdade é mais importante do que manter uma imagem idealizada”.
O encontro também reforçou a importância de recorrer a ferramentas de apoio. Além do CVV (188), que oferece atendimento gratuito e sigiloso 24 horas por dia, a rede pública de saúde disponibiliza serviços especializados como o SUS e os CAPS. Roda de conversas, grupos comunitários e a rede de amigos e familiares foram lembrados como pontos de apoio fundamentais na prevenção.





