O anúncio foi feito pelo Comitê Norueguês do Nobel, que destacou a coragem e a persistência de Machado diante de um regime autoritário comandado por Nicolás Maduro.
Quem é María Corina Machado?
Nascida em Caracas, em 1967, María Corina Machado é engenheira industrial formada pela Universidade Católica Andrés Bello, com especialização em finanças. Antes de ingressar na política, atuou no setor privado e fundou a Fundação Atenea, voltada ao acolhimento de crianças em situação de rua. Em 2002, criou a organização Súmate, que promove eleições livres e transparentes na Venezuela.
Machado foi eleita deputada da Assembleia Nacional em 2010 com votação recorde, mas teve seu mandato cassado em 2014 pelo governo chavista. Desde então, tornou-se uma das principais vozes da oposição ao regime de Nicolás Maduro, liderando o partido Vente Venezuela e a plataforma Soy Venezuela, que reúne forças pró-democracia de diferentes correntes políticas.
Motivos da premiação
Segundo o Comitê Nobel, María Corina Machado foi escolhida “por seu trabalho incansável na promoção dos direitos democráticos do povo venezuelano e por sua luta por uma transição justa e pacífica da ditadura para a democracia”. A comissão também ressaltou que ela se tornou uma figura unificadora em uma oposição antes fragmentada, mobilizando amplamente a sociedade civil em torno da defesa do voto livre.
Em 2024, Machado foi impedida de concorrer à presidência da Venezuela, mas apoiou o candidato opositor Edmundo González Urrutia, cuja vitória foi amplamente contestada pelo regime. Mesmo sob risco de prisão, ela permaneceu no país e coordenou uma rede de voluntários para fiscalizar o processo eleitoral, denunciando irregularidades e fortalecendo a resistência democrática.
Reconhecimento internacional
Antes do Nobel, Machado já havia recebido o Prêmio Sájarov de Direitos Humanos do Parlamento Europeu em 2024, ao lado de González Urrutia. Sua candidatura ao Nobel foi impulsionada por organizações como a Fundação Inspira América e por parlamentares norte-americanos, que destacaram seu papel como símbolo da luta democrática na América Latina.
Um símbolo de resistência
A trajetória de María Corina Machado é marcada por coragem, coerência e compromisso com os valores democráticos. Em um momento em que a democracia enfrenta retrocessos em diversas partes do mundo, sua conquista representa não apenas um reconhecimento pessoal, mas também um chamado global à defesa das liberdades fundamentais.


