Cidades

Aviso sobre transferência do filho de escola municipal no Taboão revolta mãe guarulhense

Mãe de aluno que estuda no CEU São Domingos relata tristeza de seu filho ao saber que será transferido para outra escola municipal em 2026

Não é apenas o possível encerramento do ensino em período integral em diversas escolas municipais de Guarulhos, na gestão do prefeito Lucas Sanches (PL), que vem deixando muitas famílias de Guarulhos preocupadas. Pais e responsáveis têm procurado o GWEB para relatar a preocupação e o impacto emocional que a mudança obrigatória também da unidade onde estão estudando vem causando às crianças.

A operadora de caixa Ana Carolina Rodrigues, moradora do Jardim Marilena, conta que o filho Isaque, de 9 anos, aluno do CEU São Domingos, ficou abalado ao saber que será transferido para outra unidade. Segundo ela, o menino “ficou dois dias sem ir pra escola, teve febre e dizia que não queria sair de lá”. Ana explica que o filho “ama a escola e os colegas” e que “a mudança pegou todos de surpresa”.

De acordo com a mãe, os alunos do bairro foram informados de que seriam remanejados para a EMEFIG Benedito Ferreira Lopes, na região do Terminal Taboão, distante do local onde vivem. “Eles falam que é perto, mas não é. A gente vai pegar trânsito, principalmente nos horários de pico. É muito longe e sem condições”, lamenta.

Além da distância, Ana Carolina reclama do aumento nos custos de transporte. “A perua que levava para o CEU era acessível, mas pra lá o valor chega a R$ 240 por mês. Eu não tenho condição de pagar isso. E a escola ainda fala que, se não levar, a criança vai ficar sem estudar. É humilhante”, afirma.

A mãe também critica a forma como a medida foi comunicada e o momento em que ocorreu, no fim do ano letivo. “Poderiam deixar as crianças terminarem o quinto ano. Por que mexer agora? Isso mexe com o psicológico delas, com o aprendizado. O mínimo que o prefeito deveria fazer é construir mais escolas, não tirar as que já existem”, desabafa.

Segundo Ana, ao questionar a direção, ouviu que a determinação partiu da Secretaria de Educação e que não havia alternativa. “Disseram que a gente podia brigar pela perua pública e esperar vaga. É revoltante. Meu filho ficou doente, chorava dizendo que não queria sair da escola. Ele falava: ‘Mãe, eu não tenho culpa se o prefeito quer mudar. Eu não quero sair de lá’. O que a gente faz diante disso?”, questiona.

O GWEB enviou questionamentos à Prefeitura, mas até o momento a gestão do prefeito Lucas Sanches não se manifestou.