. A nomeação será publicada no Diário Oficial da União nesta terça-feira (21).
Boulos substitui Márcio Macêdo (PT-SE), que ocupava o cargo desde o início do terceiro mandato de Lula, em janeiro de 2023. A mudança faz parte da reforma ministerial promovida pelo presidente, que busca fortalecer a base social do governo e ampliar o diálogo com setores populares, especialmente em um cenário pré-eleitoral rumo a 2026.
Perfil do novo ministro
Aos 43 anos, Guilherme Boulos é uma das principais lideranças da esquerda brasileira. Formado em Filosofia e mestre em Psiquiatria pela USP, é professor, psicanalista e ex-coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST). Em 2022, foi eleito o deputado federal mais votado de São Paulo, com mais de 1 milhão de votos.
Sua trajetória política inclui candidaturas à Presidência da República (2018) e à Prefeitura de São Paulo (2020 e 2024), todas sem sucesso eleitoral, mas com forte mobilização popular. Boulos é visto como um possível herdeiro político de Lula no campo progressista e já participou da equipe de transição do governo em 2022.
A escolha de Boulos tem como objetivo reaproximar o governo dos movimentos sociais, especialmente após críticas à atuação de Márcio Macêdo, que enfrentou dificuldades em mobilizar a militância em eventos como o Dia do Trabalhador de 2024. A Secretaria-Geral é uma das cinco pastas localizadas no Palácio do Planalto, o que garante acesso direto ao presidente.
Com a nomeação, o PSOL passa a ocupar um ministério estratégico, retirado da cota do PT. A expectativa é que Boulos não dispute nenhum cargo eletivo em 2026, permanecendo no governo durante o período eleitoral, conforme determina a legislação.
Reações e desafios
A nomeação gerou reações dentro do próprio PSOL, onde há setores que defendem maior independência em relação ao governo Lula. Também há preocupações entre outros movimentos sociais sobre o protagonismo do MTST na pasta. Boulos terá o desafio de ampliar o diálogo com diferentes grupos e consolidar sua atuação como articulador político do governo federal.


