Cidades

Moradora não consegue atendimento médico e denuncia falta de remédios em UBS de Guarulhos

Moradora denuncia dificuldade para agendar consultas na UBS Jardim Flor da Montanha e diz estar sem medicamento há dois meses

A assistente administrativa Fátima Regina Alves Macedo, de 62 anos, moradora do Jardim Santa Mena, denuncia a dificuldade em conseguir atendimento médico e renovar receitas na UBS Jardim Flor da Montanha, em Guarulhos. Segundo ela, a situação tem prejudicado seu tratamento contínuo, que envolve o uso de Fluoxetina e Amitriptilina, medicamentos controlados fundamentais para o seu bem-estar.

Fátima é acompanhada por um clínico geral da unidade, que recomenda consultas a cada quatro meses para renovação da receita. Em agosto, ela recebeu orientação para retornar no dia 1º de outubro e marcar novo atendimento, mas, desde então, não conseguiu agendar.

“Fui várias vezes e sempre dizem que a agenda não está aberta. Quando abrem, as vagas acabam muito rápido. Pedi até para uma amiga ir por mim, porque trabalho o dia todo, mas também não conseguiu”, contou.

Sem o acompanhamento e a receita atualizada, Fátima está há quase dois meses sem os remédios. Ela afirma que a situação tem afetado diretamente sua saúde e qualidade de vida. “Eu não durmo sem esse medicamento. Tenho fibromialgia e sinto muitas dores. Esse remédio me ajuda a relaxar e conseguir dormir sem dor”, explica.

A moradora critica ainda a forma como o serviço é organizado. Segundo ela, a entrega dos medicamentos controlados é restrita ao período entre 10h e 16h, o que impossibilita o acesso para quem trabalha. “É como se todo mundo tivesse o dia inteiro livre pra ficar esperando”, disse.

Fátima afirma ter procurado a coordenação da unidade, mas sem sucesso. “Liguei no posto, o gerente não estava, falei com uma funcionária que mandou eu ‘dar meus pulos’. Foi humilhante”, relata.

Além disso, ela também enfrenta outros obstáculos no sistema público. Há uma solicitação de oftalmologista aberta desde 2022, que nunca foi atendida. Segundo Fátima, o atraso agravou seu quadro de visão. “Tive que pagar uma consulta particular. O médico disse que perdi quase 50% da visão e preciso de uma cirurgia urgente por causa de um glaucoma. Se eu esperasse o SUS, já estaria cega”, lamenta.

Para ela, o problema vai além da falta de estrutura. “O pessoal do posto parece esquecer que está ali para atender a população. A gente paga imposto, tem direito a um atendimento digno. O que falta é respeito”, conclui.

O GWEB enviou demanda para a Comunicação da Prefeitura de Guarulhos e aguarda uma resposta.