Polícia

“Serial killer” de Guarulhos é transferida para presídio de Tremembé

Serial Killer Ana Paula Veloso Fernandes (Foto: TV Globo)
Serial Killer Ana Paula Veloso Fernandes (Foto: TV Globo)
Serial killer de Guarulhos acusada de quatro homicídios por envenenamento é transferida para Tremembé. Advogado diz que ela está “assustada”. Irmã gêmea segue presa em São Paulo.

A universitária Ana Paula Veloso Fernandes, denunciada por quatro assassinatos cometidos com uso de veneno, que foi chamada de “serial killer de Guarulhos” foi transferida para a Penitenciária de Tremembé, no interior de São Paulo. A informação foi confirmada pela Secretaria da Administração Penitenciária (SAP).

Já sua irmã gêmea, Roberta Cristina Veloso Fernandes, também investigada pela Polícia Civil, foi encaminhada para uma unidade prisional na zona norte da capital paulista, na região de Santana.

“Presídio dos famosos”

A SAP não informou a data exata da chegada de Ana Paula à penitenciária, conhecida por abrigar criminosos de grande repercussão nacional, como Suzane von Richthofen, Elize Matsunaga, Daniel e Cristian Cravinhos, Alexandre Nardoni e Roger Abdelmassih.

O local ganhou fama ao longo dos anos e inspirou inclusive produções audiovisuais sobre os casos de seus detentos.

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O advogado Almir da Silva Sobral afirmou ao portal Metrópoles, nesta quinta-feira (13), que realizou uma videoconferência com a universitária após a transferência.

“Ela está assustada e, só de ver o semblante dela, percebi que a ficha caiu”, relatou o defensor.
Sobral acrescentou que Ana “não tinha consciência do que fez” e “não confessou os homicídios”, limitando-se a “descrever como ocorreram”.

Serial Killer Ana Paula Veloso Fernandes (Foto: Reprodução/TJSP)
Serial Killer Ana Paula Veloso Fernandes (Foto: Reprodução/TJSP)

 

Acusações e modo de atuação

As irmãs Ana Paula e Roberta são investigadas por quatro homicídios qualificados, ocorridos entre janeiro e maio de 2025, em Guarulhos, São Paulo (capital) e Duque de Caxias (RJ). De acordo com o Ministério Público de São Paulo (MPSP), Ana Paula executava as vítimas com substâncias tóxicas similares ao “chumbinho” (fosfeto de alumínio), enquanto Roberta auxiliava no planejamento, ocultação de provas e movimentação financeira.

A polícia afirma que Ana se aproximava das vítimas por amizade ou falso envolvimento afetivo, oferecendo alimentos ou bebidas contaminados. Mensagens trocadas entre as irmãs mostram que usavam códigos como “TCC” (Trabalho de Conclusão de Curso) para se referirem aos assassinatos. Em um dos casos, Ana Paula teria viajado ao Rio de Janeiro para envenenar Neil Corrêa da Silva, em Duque de Caxias.

Participação e conflito entre as irmãs

Embora Roberta tenha negado participação direta, os investigadores apontam envolvimento consciente da irmã nos quatro crimes.
Ela chegou a admitir que ajudou a queimar um sofá com o corpo de uma vítima em decomposição para eliminar vestígios.
As mensagens interceptadas também revelam desentendimentos financeiros entre as duas, com Ana Paula afirmando ter ficado com o valor em espécie de um “trabalho”.

Roberta Veloso - Irmã de Serial Killer (Foto: TV Globo)
Roberta Veloso – Irmã de Serial Killer (Foto: TV Globo)

Denúncia e andamento do processo

A denúncia contra as irmãs foi apresentada pelo MPSP em 17 de outubro, na Vara do Júri de Guarulhos.
O juiz responsável converteu a prisão temporária em preventiva, destacando o grau de frieza e planejamento de Ana Paula, classificada como “verdadeira serial killer”.
As investigações continuam para identificar novas possíveis vítimas, inclusive no estado do Rio de Janeiro.