Em 1998, durante a Copa do Mundo na França, a Coca-Cola, então patrocinadora da Seleção, lançou uma promoção que se tornaria um fenômeno cultural no Brasil: os Mini Craques. Esses pequenos bonecos de 7 centímetros, com cabeças desproporcionais e uniformes da Seleção Brasileira, conquistaram crianças e adultos, tornando-se itens de colecionador até hoje.
Os bonecos da Seleção Brasileira vendidos pela Coca-Cola marcaram época, apesar de diversas “gafes”. Viaje com o GWeb até o ano de 1998 nesta matéria especial.
No clima da Copa do Mundo chegando, a promoção é lembrada com carinho pelos brasileiros. Contudo, não é todo mundo que viveu aquela época, sendo provável que muitos leitores sequer eram nascidos quando a Coca-Cola decidiu lançar a promoção.
Como surgiram os mini craques?
A promoção, intitulada “Sede de 5”, fazia alusão à busca do pentacampeonato pela Seleção Brasileira. Para adquirir um Mini Craque, era necessário juntar cinco tampinhas de garrafa ou cinco anéis de latinha e pagar mais R$ 2,00 em estabelecimentos participantes. A procura pelos Mini Craques instantaneamente virou uma febre pelo país.
Ao todo, foram lançadas 25 miniaturas representando jogadores da época, além de um trio especial com Romário, Ronaldo e Dunga, que vinham juntos em uma única plataforma e eram os mais cobiçados da coleção. Dunga e Romário ainda vinham em separado, enquanto Ronaldo apenas no trio. Ao todo, era possível colecionar 26 jogadores em forma de bonecos.
Os Mini Craques foram inspirados nos “Cabezones” argentinos, lançados em 1994, e adaptados para o público brasileiro.
Coca Cola x Zagallo: As “Gafes” da Convocação
O que mais chama atenção nesta história está na “previsão” feita pela Coca Cola, já que a lista de convocados ainda não havia sido revelada. Por conta disso, a lista de Mini Craques foi maior que a lista final de convocados pelo técnico Zagallo.
Ao todo, a Coca Cola selecionou 28 jogadores para a promoção, enquanto Zagallo convocou 22 atletas para a França. Naturalmente, 6 Mini Craques ficariam de fora da lista, mas a discrepância foi muito mais que o esperado.

Quatorze (14) dos 26 atletas não foram à Copa, são eles:
- Romário (Flamengo) — O craque do tetra merece uma atenção especial, pois esteve no chamado “trio especial”, ao lado de Ronaldo e Dunga, mas não foi à Copa.
- Sonny Anderson (Barcelona).
- Cléber (Palmeiras).
- Christian (Internacional).
- Djalminha (La Coruña).
- Dodô (São Paulo).
- Donizete Pantera (Vasco da Gama).
- Flávio Conceição (La Coruña).
- Juninho Paulista (Atlético de Madrid).
- Mauro Silva (La Coruña).
- Oséas (Palmeiras).
- Renato Gaúcho (Flamengo).
- Rodrigo Fabri (Real Madrid-Flamengo).
- Zé Maria (Parma-Perugia).
Alguns jogadores, como Rivaldo e Denílson, tiveram duas versões diferentes, o que aumentou o desafio para os colecionadores.
A lista final de Zagallo para a Copa do Mundo de 1998 incluiu: Taffarel, Cafú, Aldair, Júnior Baiano, César Sampaio, Roberto Carlos, Giovanni, Dunga, Ronaldo, Rivaldo, Emerson, Carlos Germano, Zé Carlos, Gonçalves, André Cruz, Zé Roberto, Doriva, Leonardo, Denílson, Bebeto, Edmundo e Dida.
Legado e Valor atual
A promoção foi um sucesso absoluto, com filas em pontos de troca e intensa movimentação em escolas e bairros, onde as crianças exibiam e trocavam suas miniaturas.
No entanto, o resultado da Copa não foi o esperado. A Seleção foi derrotada pela França de Zinédine Zidane por 3 a 0 na final. A partida ficou marcada pela convulsão sofrida por Ronaldo na véspera, que abalou a equipe. Por outro lado, a promoção da Coca Cola segue nos corações de quem juntou tampinhas e anéis de latinhas para completar a coleção.
Desde então, a promoção não teve continuidade. Mais de duas décadas depois, os Mini Craques continuam sendo objetos de desejo para colecionadores. As miniaturas se valorizaram com o tempo e se tornaram verdadeiros “sonhos de consumo” para colecionadores de artigos esportivos. No Mercado Livre, é possível encontrar a coleção completa por valores que variam entre R$ 500,00 e R$ 1.000,00, dependendo do estado de conservação e da presença do trio especial.
Os Mini Craques da Coca-Cola marcaram uma geração, unindo a paixão pelo futebol à febre do colecionismo. Mais do que simples brindes promocionais, eles se tornaram símbolos de uma época em que a magia da Copa do Mundo era vivida intensamente por crianças e adultos em todo o Brasil.


