O processo, que busca reparação pelo episódio conhecido como Singapuragate, seguirá para julgamento completo, abrindo caminho para a produção de provas e oitiva de testemunhas em solo inglês.
O escândalo remonta ao Grande Prêmio de Singapura de 2008, quando Nelsinho Piquet bateu propositalmente seu carro para favorecer o companheiro de equipe Fernando Alonso, seguindo ordens da Renault. A manobra alterou o curso da corrida, prejudicando Massa, que liderava a prova e estava na disputa direta pelo título mundial. O brasileiro terminou apenas em 13º lugar, enquanto Lewis Hamilton conquistou pontos decisivos e sagrou-se campeão por um único ponto de diferença.
O juiz Robert Jay rejeitou as tentativas dos réus de encerrar o caso e considerou plausível a tese de conspiração apresentada pela defesa de Massa. Embora o tribunal tenha descartado a possibilidade de reescrever o resultado do campeonato, autorizou o prosseguimento das alegações de quebra de contrato e omissão das autoridades esportivas. Massa reivindica uma indenização estimada em 64 milhões de libras (cerca de R$ 446 milhões), além de juros, por prejuízos financeiros e de imagem decorrentes da perda do título.
Declaração de Massa
Em pronunciamento após a decisão, Massa celebrou o avanço do processo:
“Esta é uma vitória extraordinária, um dia muito importante para mim, para a justiça e para todos os apaixonados pela Fórmula 1. O Tribunal reconheceu a força do nosso caso e não deixou que os réus abafassem a verdade sobre 2008. Vamos até o fim, juntos!”.
Embora a Justiça tenha descartado alterar o resultado oficial do Mundial de Pilotos de 2008, o julgamento promete expor documentos e comunicações que podem revelar detalhes inéditos sobre a condução do escândalo. Para especialistas, o caso pode estabelecer um precedente sobre responsabilidade e transparência em competições esportivas de alto nível.


