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Entenda o que já aconteceu e o que está em jogo para o show no Cecap no aniversário de Guarulhos

Após manifestações do Ministério Público e decisão da Justiça, obras continuam, mas processo segue aberto e prazo para resposta da Prefeitura vence exatamente no dia do primeiro show

O impasse envolvendo as obras realizadas no Parque Cecap para a montagem da estrutura do Guarulhos Fest Show ganha novos capítulos nesta semana. Depois de ações populares, pareceres do Ministério Público e uma decisão judicial que negou a suspensão imediata dos trabalhos, o caso permanece sem definição final — e com um detalhe importante: o prazo dado pelo MP para a Prefeitura se manifestar vence em 5 de dezembro, justamente o dia previsto para a primeira apresentação do evento.

Nas redes sociais, quando anunciou  o evento, o prefeito Lucas Sanches (PL) garantiu que não haveria dinheiro público envolvido. No entanto, na defesa na Justiça, a Prefeitura de Guarulhos apresentou  documentação que demonstra a existência do “Contrato de Prestação de Serviços nº 11601/2025-DLC”, derivado do Pregão Eletrônico nº 90135/2025-DLC, indicando que houve contratação formal pelo Município para a realização de obras no local.

Ou seja, não é verdadeira a informação de que não há dinheiro público na realização do Guarulhos Fest Show.

Neste domingo, um grupo de moradores inconformados com o evento e com as decisões da Justiça volta a se reunir para tomar novas providências, a partir das 10h30, na praça dos Mamonas, no próprio Cecap.

Como começou a controvérsia

As intervenções realizadas pela Prefeitura em área da CDHU ao lado do Hospital Geral de Guarulhos, incluindo nivelamento, movimentação de solo e ajustes de drenagem, despertaram preocupação de moradores do Cecap. Os questionamentos envolvem:

  • risco de dano ambiental,

  • possível alteração de área sensível,

  • impacto no trânsito e no cotidiano do bairro,

  • proximidade com uma unidade hospitalar,

  • falta de informações transparentes sobre autorizações e estudos técnicos.

Essas denúncias resultaram em pelo menos três ações populares e foram enviadas ao Ministério Público.

O que pediu o Ministério Público

Promotores responsáveis pelas áreas ambiental e urbanística solicitaram em três diferentes decisões divulgadas ao longo da última semana:

  • suspensão imediata das obras,

  • apresentação de todos os documentos técnicos referentes à intervenção, incluindo licenças ambientais, estudos de impacto e autorizações de uso da área,

  • esclarecimentos sobre eventual supressão de vegetação e alterações no solo.

Em uma das ações ainda não julgadas, o MP deu prazo de 10 dias para que a Prefeitura responda oficialmente — prazo que termina em 5 de dezembro, mesma data de abertura do evento.

A decisão da Justiça

A 2ª Vara da Fazenda Pública negou o pedido de liminar em duas ações que pretendiam paralisar as obras. O juiz entendeu que:

  • atos da Administração têm presunção de legalidade,

  • as justificativas apresentadas pela Prefeitura indicam que a intervenção seria de “manejo, correção e drenagem”,

  • seria necessário aprofundar a avaliação técnica antes de qualquer interrupção,

  • suspender os trabalhos imediatamente poderia aumentar o risco de alagamentos em período de chuvas.

Com isso, as obras seguem autorizadas por enquanto. A decisão, entretanto, é provisória e não encerra a discussão.

O que segue indefinido

Mesmo com a continuidade dos trabalhos, vários pontos permanecem pendentes:

1. A manifestação da Prefeitura

A resposta formal ao Ministério Público — com documentos, autorizações e estudos — será determinante para a próxima etapa do processo.
O prazo vence em 5 de dezembro.

2. A análise ambiental e urbanística

A comprovação técnica de que as intervenções não geram impacto relevante será decisiva para o desfecho judicial. O MP aguarda laudos e documentos específicos.

3. O julgamento de mérito

A decisão final sobre a legalidade das obras e do evento ainda será tomada pela Justiça. Até lá, o caso segue aberto, podendo sofrer novas reviravoltas.

Situação atual

  • As obras continuam no Cecap.

  • O evento segue confirmado pela Prefeitura.

  • O MP mantém questionamentos e aguarda documentos.

  • A resposta do governo municipal deve ser entregue em 5 de dezembro.

  • O processo segue ativo e novas decisões podem ocorrer a qualquer momento.