A Polícia Civil de São Paulo lançou a iniciativa Ação Protetiva 360º para ampliar o suporte às vítimas de violência sexual na Região Metropolitana de São Paulo. O projeto visa oferecer um serviço multidisciplinar que garante menos tempo de deslocamento, mais rapidez na coleta de exames e a criação de salas acolhedoras para apoio psicológico, social e jurídico.
O programa começou em caráter experimental de 180 dias nas cidades de Itaquaquecetuba, Mauá e Itapevi, com a possibilidade de ser expandido para outros municípios.
O serviço será realizado em hospitais da região, por meio de uma cooperação técnica e material com:
- A Superintendência da Polícia Técnico-Científica.
- Órgãos de saúde e assistência social.
- Municípios da Grande São Paulo.
- Redes de proteção às mulheres e crianças.
A ação é inspirada no programa Bem-Me-Quer, do Hospital da Mulher em São Paulo, que permite à vítima ter acesso a vários procedimentos em um único local. Nos últimos dois anos, o programa Bem-Me-Quer prestou mais de 10 mil serviços médicos e assistenciais.
O diretor do Departamento de Polícia Judiciária da Macro São Paulo (Demacro), Luiz Carlos do Carmo, destacou que a iniciativa é vantajosa para todos, pois as vítimas economizam tempo e transporte, e os profissionais de saúde serão capacitados para um atendimento mais adequado.
Rapidez nos exames e acolhimento
Uma das prioridades do projeto é padronizar a coleta e o transporte de material biológico da vítima em até 48 horas. Este prazo é crucial para garantir a eficácia da análise forense e assegurar elementos para a responsabilização penal do criminoso.
Além disso, exames urgentes, como testes de gravidez e de detecção de possíveis Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), serão feitos rapidamente para que a vítima inicie o tratamento imediatamente.
A coordenadora do Demacro, Jamila Ferrari, afirmou que o objetivo é aperfeiçoar um atendimento que já é sensível, descentralizando e aumentando os locais com serviço multidisciplinar.
O delegado-geral da Polícia Civil, Artur Dian, ressaltou que a parceria visa o “bem maior: a vítima”, buscando minimizar as repetições de depoimentos e exames que podem fazer com que a pessoa reviva o trauma durante o atendimento médico.
O programa também busca intensificar o combate ao estupro de vulneráveis, um crime que enfrenta alta subnotificação, especialmente nos casos de violência praticada no ambiente familiar.


