O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), determinou neste domingo, 17, que o Instituto Butantã entregue as doses da vacina Coronavac ao Ministério da Saúde "imediatamente" após a aprovação de uso emergencial pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O órgão regulador realiza na tarde deste domingo, 17, a votação final para determinar o aval ao imunizante.
"O Brasil tem pressa para salvar vidas", escreveu Doria, nas redes sociais. Ele acompanha a reunião da Anvisa no Hospital das Clínicas, em São Paulo, onde pretende começar a vacinação em profissionais de saúde assim que a aprovação pela Anvisa for confirmada. Nesta tarde, foi confirmado que a primeira pessoa a receber o imunizante do Butantã será a enfermeira negra Mônica Calazans, que há oito meses trabalha na linha de frente do combate ao coronavírus no hospital Emílio Ribas.
Na última sexta-feira, 15, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) havia determinado que o Butantã entregasse as doses da Coronavac "imediatamente" ao governo federal, após a Índia informar que não teria como atender à demanda do Brasil pelas doses do imunizante desenvolvido pela Universidade de Oxford/AstraZeneca. Em nota, o Butantã havia dito que questionou o ministério sobre qual a quantidade de doses que será destinada a São Paulo.
A solicitação de doses representa uma mudança de discurso de Bolsonaro em relação à Coronavac, desenvolvida pelo Instituto Butantã e o laboratório chinês Sinovac. Ao longo da pandemia, ele questionou a origem do produto, colocou em dúvida a segurança do imunizante e chegou a comemorar a interrupção dos testes da Coronavac nas redes sociais. Ele e Doria são rivais políticos e Bolsonaro acredita que o governador paulista será seu adversário nas eleições presidenciais de 2022.