O governo do Paraguai recuou e autorizou nesta quarta, 29, a volta parcial da atividade comercial em Ciudad del Este, na tríplice fronteira com o Brasil e a Argentina, após uma noite de distúrbios em razão do anúncio do retorno à fase mais restritiva do confinamento por causa da pandemia do novo coronavírus.
"O maior número de comércios e negócios poderá abrir com algumas exceções, o que nos permitirá ter a possibilidade de os trabalhadores levarem seu sustento para casa", anunciou ontem o governador da região fronteiriça, Roberto González, em entrevista coletiva.
No entanto, "haverá um fechamento total e firme da fronteira, exceto para casos humanitários", afirmou o ministro do Interior paraguaio, Euclides Acevedo. As lojas funcionarão das 5 horas às 17 horas.
Manifestações espontâneas motivadas pelo anúncio das autoridades de saúde de voltar à fase inicial da quarentena em Ciudad del Este deixaram, na quarta-feira, cerca de 20 feridos, entre eles 5 militares que monitoravam a Ponte da Amizade, que liga o Paraguai ao Brasil sobre o Rio Paraná. Pelo menos 60 pessoas foram presas durante os violentos protestos, que incluíram saques de comida e eletrônicos e veículos incendiados.
O ministro da Saúde, Julio Mazzoleni, alertou que a região fronteiriça com o Brasil "é uma área de circulação sustentada do vírus" e ressaltou que 40% dos casos no Paraguai correspondem a Ciudad del Este, onde os leitos de UTI estão praticamente lotados.
Até a quarta-feira, 29, o Paraguai tinha 4.866 casos e 46 mortos pela doença. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS) As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>