A entrada de concorrentes nos setores de exploração e produção de petróleo e gás e de refino, no Brasil, é apontada pela Petrobras como um dos riscos à sua operação, atualmente. Com o crescimento da competição, há chance de a petrolífera estatal perder oportunidades de compra de áreas no pré-sal e de se tornar menos competitiva na produção de derivados de petróleo.
O detalhamento dos riscos operacionais que a companhia enfrenta, no atual ambiente de negócios, faz parte do relatório 20F, arquivado na U.S. Securities and Exchange Commission (SEC), entidade norte-americana de controle do mercado financeiro.
"Mudanças no ambiente competitivo do mercado brasileiro de petróleo e gás podem intensificar as exigências para que nossos níveis de desempenho permaneçam alinhados aos das melhores empresas do setor", afirma a Petrobras, no documento.
A estatal anunciou na quarta-feira, 24, a venda da Refinaria Landulpho Alves (Rlam), a primeira a ser privatizada de um grupo de oito. O Mubadala, fundo de investimento dos Emirados Árabes, comprou a fábrica por US$ 1,65 bilhão. Esse é o primeiro concorrente com o qual a Petrobras vai ter que lidar no setor de refino, no Brasil. Se conseguir se desfazer de outras refinarias, novos competidores vão ingressar, além dos importadores, que já respondem por uma parcela do mercado interno de combustíveis.
O desafio da estatal na área de abastecimento de derivados de petróleo deverá ser o de maximizar o retorno sobre o capital empregado, de reduzir custos e implementar novas tecnologias, segundo o 20F.
No segmento de exploração e produção de petróleo e gás, a empresa avalia que poderá fracassar na "aquisição de blocos exploratórios em futuras rodadas de licitações", se seus concorrentes tiverem estrutura de custo e capital melhores do que os dela.