Protocolo da FPF só obriga testes de coronavírus a quem não fez isolamento

Apesar de Corinthians e Palmeiras vivenciarem nesta segunda-feira uma polêmica sobre cuidados com o novo coronavírus antes da final do Campeonato Paulista, na quarta-feira, pelo protocolo médico da FPF e pela prática adotada por outras equipes não há motivo para divergências. O documento elaborado pela entidade prevê que os times que fizeram isolamento social só precisem ser testados uma vez. Quem não adotar a prática, terá, sim, de passar por testes antes de cada partida.

O texto do protocolo recomenda que as equipes adotassem o regime de concentração para a volta do Campeonato Paulista e mantivessem essa programação até o fim do Estadual. "O protocolo prevê que todos os 16 clubes fiquem concentrados em locais previamente definidos e preparados durante todo período de jogos da competição. Isso permite maior controle das variáveis por serem grupos fechados e previamente testados, sob maior supervisão", explica o texto.

O Estadão apurou que dos 16 participantes, pelo menos dois dispensaram a concentração permanente. Palmeiras e Red Bull Bragantino liberaram os jogadores para dormirem em casa, mas para atuar tiveram de apresentar comprovações de que não há casos positivos para covid-19 nos elencos. Até mesmo por fazer testes por conta própria, o Bragantino passou por um problema na semana passada, quando foi notificado equivocadamente pelo hospital Albert Einstein que tinha 26 casos positivos.

No caso de clubes que continuam com o regime de concentração, a FPF realizou exames quando os jogadores se reapresentaram. Depois disso, os atletas não precisam ser mais testados, permanecem o tempo todo em isolamento em hotéis ou alojamentos, sendo apenas monitorados pelos próprios times. Cabe aos médicos das delegações comunicar possíveis sintomas ao departamento médico da FPF e tirar o jogador suspeito da próxima partida.

Várias equipes do Estadual até mesmo mudaram de cidade para poderem cumprir o ritual de isolamento. Semifinalista, o Mirassol fez inicialmente uma quarentena no próprio CT e depois se fixou em Sorocaba, onde treinava e dormia em um mesmo estabelecimento. O Santo André deixou a cidade e foi para Vargem. O São Paulo preferiu se fixar alguns dias no CT do clube em Cotia.

ENTENDA O CASO – A divergência entre os dois finalistas teve início em reunião por videoconferência pela manhã entre os presidentes dos clubes e mais representantes da FPF. Na conversa, o mandatário corintiano, Andrés Sanchez, avisou que o elenco não faria exames para detecção da doença antes da final porque como os jogadores estão em isolamento, isso não é necessário. Esse posicionamento irritou o presidente do Palmeiras, Mauricio Galiotte, que vai realizar testes no time e queria que os adversários fizessem o mesmo.

Pouco depois, em nota oficial, o Corinthians explicou o motivo de não realizar mais exames no elenco e esclareceu que há duas semanas os jogadores, funcionários e membros da comissão técnica têm cumprido quarentena no CT. "O Corinthians cumpriu o confinamento de seus atletas e comissão técnica, seguindo à risca o acordo, diferentemente da Sociedade Esportiva Palmeiras que descumpriu e liberou seus atletas depois de cada partida, o que nunca foi permitido", diz o texto.

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