Os índices de evolução da produção e do número de empregos do mês de agosto mostram continuidade da recuperação da atividade industrial. A pesquisa Sondagem Industrial, divulgada nesta terça-feira pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), aponta que, pelo terceiro mês seguido, há alta na produção do setor seguida por incremento das contratações.
Em agosto, o índice de produção alcançou 58,7 pontos, um pouco abaixo do registrado em julho, quando o indicador ficou em 59,4 pontos. Resultados acima da linha divisória de 50 pontos indicam crescimento com relação ao mês anterior e, quanto mais distante da linha dos 50 pontos, mais forte e disseminada entre as empresas industriais é a alta da produção, esclarece a CNI. Em agosto de 2019, o índice de produção era de 51,4 pontos.
O indicador de evolução do número de empregados atingiu 53,8 pontos em agosto, refletindo crescimento do emprego no setor industrial. "O índice já havia superado a linha divisória de 50 pontos em julho (índice de 50,9 pontos) mas, ao se afastar da linha, revela maior disseminação do movimento de aumento do emprego", destaca a CNI. Além disso, o indicador de agosto é o maior da série histórica mensal que teve início em janeiro de 2011. "É preciso levar em consideração, contudo, que o emprego estava em nível muito baixo. Em abril, o índice havia mostrado forte queda do número de empregados, ao registrar 38,2 pontos", acrescenta a entidade.
Outro indicador que aponta a melhora da atividade do setor é a Utilização da Capacidade Instalada (UCI) que, em agosto, alcançou 71%. Em julho, a UCI tinha sido de 67% e, em agosto de 2019, 69%. Além disso, o indicador de UCI efetiva em relação ao usual também está acima do registrado em agosto de 2019 e próximo a linha divisória de 50 pontos, que indica atividade no nível usual para o mês. Segundo a CNI, os índices mostram que a atividade industrial já se encontra no patamar pré-crise.
A Sondagem mostra ainda que, mesmo com meses de aumento da produção, os estoques seguem em queda e em nível abaixo do planejado. O índice de evolução do nível de estoques registrou 46,3 pontos em agosto, o que mostra que houve queda no nível, mesmo que menos intensa que em julho (45,5 pontos).
O levantamento da CNI mostra que, desde abril, os estoques registram queda. O índice de estoque efetivo em relação ao planejado em agosto ficou ou em 45,2 pontos. "Situando-se abaixo da linha divisória de 50 pontos (45,2 pontos), o índice de estoque efetivo em relação ao planejado de agosto mostra que os estoques seguiram inferiores ao esperado pelos empresários industriais."
<b>Expectativas</b>
O otimismo do empresário industrial continua em alta, impulsionado, segundo a CNI, pela recuperação da economia e pelo início do período de fim de ano, sazonalmente mais favorável à produção industrial. A sondagem mostra que todos os índices de expectativa mantiveram-se em crescimento em setembro.
O índice de expectativa para a demanda em setembro aumentou 1,7 ponto para 63,1 pontos, o melhor resultado para o índice em mais de 10 anos. O índice de expectativa de compras de matérias-primas cresceu 1,9 ponto para 60,6 pontos. A última vez que o índice havia superado 60 pontos foi em agosto de 2010, segundo a CNI.
O indicador de expectativa de número de empregados foi de 54,8 pontos, o maior índice desde abril de 2011. A expectativa de exportação também subiu 3 pontos, para 55,4 pontos.
Em setembro, o indicador que mede a intenção do empresário em investir cresceu pelo quinto mês consecutivo e atingiu 55,3 pontos, uma alta de 4,3 pontos em relação a agosto. Desde maio, esse índice acumula crescimento de 18,6 pontos. Apesar disso, ainda não retomou o nível de fevereiro, pré-pandemia, que era de 58,7 pontos.
A Sondagem Industrial foi feita entre os dias 1º e 14 de setembro, com 1.880 empresas, sendo 747 pequeno porte, 660 médio porte e 473 de grande porte.