EUA pedem apoio contra Maduro

O líder opositor venezuelano Juan Guaidó desafiou a proibição de deixar o país e viajou para a Colômbia, onde nesta segunda-feira, 20, se reuniu com o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo. Após o encontro, Pompeo pediu que apoio internacional para acabar com a "tirania" do presidente Nicolás Maduro.

"O mundo deve continuar apoiando os esforços do povo venezuelano para voltar à democracia e acabar com a tirania de Maduro, que prejudica milhões de venezuelanos e afeta a Colômbia e toda a região", afirmou Pompeo. "Espero que ações mais permanentes dos EUA continuem apoiando o presidente Guaidó e o povo venezuelano", afirmou o secretário.

O secretário de Estado prometeu mais sanções, embora não tenha dado detalhes. "Não falamos sobre sanções específicas, mas todos podem esperar que os EUA não encerraram suas ações", afirmou Pompeo, que condenou a "miséria infligida" pelo regime chavista ao povo venezuelano.

Desde que Maduro assumiu o poder, em 2013, a Venezuela vive uma grave crise econômica, apesar de possuir as maiores reservas de petróleo do mundo. A situação levou 4,6 milhões de pessoas a deixar o país nos últimos anos, segundo a ONU. Do total, 1,6 milhão de venezuelanos foram para a Colômbia.

Em janeiro de 2019, Guaidó se autoproclamou presidente interino da Venezuela e foi reconhecido por mais de 50 países, incluindo EUA e Brasil. Dias depois, uma ordem do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), controlado pelo chavismo, proibiu Guaidó de deixar a Venezuela.

Nesta segunda, o líder da oposição ignorou o risco de ser preso e cruzou novamente clandestinamente a fronteira com a Colômbia, fechada desde 2015. Em fevereiro do ano passado, Guaidó já havia desafiado a proibição do TSJ e apareceu na cidade colombiana de Cúcuta para um show de música organizado para angariar doações e pressionar Maduro a permitir a entrada de ajuda humanitária dos EUA.

Guaidó está em Bogotá desde domingo e já se reuniu com o presidente colombiano, Iván Duque, que também articula apoio regional contra o regime chavista. "Criaremos as condições que nos levarão à liberdade", afirmou Guaidó no Twitter, prometendo uma volta à Venezuela "com boas notícias".

Em Bogotá, Pompeo, Duque e Guaidó são as principais figuras da cúpula contra o terrorismo, da qual também participa o chanceler brasileiro, Ernesto Araújo. Em seguida, o líder da oposição venezuelana viajará para Davos, na Suíça, para participar do Fórum Econômico Mundial. Na quarta-feira, 22, ele se reúne com líderes europeus, em Bruxelas.

"Teremos importantes reuniões na Europa, na União Europeia, especificamente em Davos", disse Guaidó. "Existem forças que são incontroláveis, como as que buscam a democracia na Venezuela."

Apesar da crise política e econômica na Venezuela, dos esforços de Guaidó, da pressão diplomática regional e das sanções americanas, Maduro permanece no poder apoiado pelas Forças Armadas e pelos governos e Cuba, Rússia e China. Desde a tentativa de golpe contra o chavismo, em 2019, a popularidade de Guaidó caiu de 63% para 38,9% nos últimos 12 meses, segundo o instituto de pesquisa Datanalisis.

"Para nós, é absolutamente irrelevante que um lacaio tenha se encontrado com seus senhores na Colômbia", afirmou o vice-presidente do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), Diosdado Cabello, considerado o número 2 do chavismo. "Ele (Guaidó) não tem alcançado nada do que prometeu." (Com agências internacionais).

As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>

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