O primeiro debate para a disputa à Casa Branca, ocorrido em Cleveland, no Estado de Ohio, na noite desta terça-feira, 29, foi um embate caótico, em boa parte promovido por intervenções constantes do presidente Donald Trump, tática que foi mais prejudicial a ele do que ao opositor, o candidato democrata Joe Biden.
Comentaristas em emissoras de televisão nos EUA foram unânimes em apontar que a postura de Trump foi ruim para o público e mais ainda para ele, pois é o presidente que busca a reeleição, mas está atrás de Biden nas pesquisas de opinião e precisa virar o jogo logo, pois faltam apenas 34 dias para o pleito. Eles apontaram que Trump tinha que ter aproveitado o evento para conquistar os eleitores indecisos, com detalhes sobre suas propostas sobre como deve ser sua administração nos próximos 4 anos.
"Trump estava sem controle. O povo ficou frustrado com o que viu. Biden fez um trabalho bem melhor do que Trump, que foi um desastre", afirmou Yvette Simpson, na rede <i>ABC</i>.
"Donald Trump foi muito agressivo e teve falta de decência, sobretudo ao falar de um filho de Biden", disse Dana Bash, na <i>CNN</i>. "E Biden olhou para a câmera e assumiu que seu filho Hunter, teve problemas de drogas, como ocorre em muitas famílias americanas."
Os comentaristas também apontaram que Joe Biden fez afirmações agressivas, especialmente quando respondeu por algumas vezes a ataques incessantes de Trump ao pedir para calar-se e o chamou de "palhaço" em duas ocasiões.
"O desempenho de Trump mostra porque ele continua 7 pontos abaixo de Joe Biden", destacou Sara Fagen na rede <i>ABC</i>. "O eleitor indeciso provavelmente não foi convencido para votar no presidente com o que ouviu dele no debate", apontou Rich Lowry, editor da National Review na rede <i>MSNBC</i>.
"Joe Biden conseguiu lidar bem com o assédio de Trump por 90 minutos. Ele deixou claro que é favor da lei e da ordem, enquanto o presidente não condenou a supremacia branca nem respondeu se respeitará o resultado das eleições caso perca", apontou o comentarista Van Jones, na <i>CNN</i>.