Casares vê time sem perspectiva com Diniz e não dá prazo para contratar sucessor

A falta de perspectiva de reação do São Paulo foi o fator preponderante para a diretoria demitir Fernando Diniz. Essa foi a justificativa do presidente Julio Casares para a saída do treinador a cinco rodadas do fim do Campeonato Brasileiro. O treinador deixou o cargo após o sexto tropeço consecutivo na competição – e o sétimo na temporada -, a derrota por 2 a 1 para o Atlético Goianiense, domingo, fora de casa.

Enquanto não define o nome do substituto de Diniz, o São Paulo será dirigido por Marcos Vizolli, antes técnico do sub-19 e que em dezembro foi alçado ao cargo de auxiliar da comissão técnica. E o dirigente evitou traçar o perfil do treinador que vai ser procurado pela nova gestão do clube.

"Foi uma decisão voltada mais para a visão do resultado e da perspectiva de falta de reação nesse momento para o prosseguimento do campeonato. Realmente tinha dito que continuaríamos, era a intenção, mas assumimos um momento atípico com calendário diferente por causa da pandemia, sem pré-temporada. Portanto, precisamos planejar a próxima temporada. Decisão foi por resultado. Dos 18 pontos disputados conseguimos dois. Não tem visão de culpa de A, B ou C, faltou perspectiva de uma reação", disse o presidente, em entrevista coletiva nesta segunda-feira.

Casares explicou, ainda, que a partir da demissão de Diniz, o São Paulo vai iniciar o seu planejamento para a temporada 2021. O dirigente destacou que após a derrota por 5 a 1 para o Internacional, o pior revés do time na história do clube no Morumbi e que tirou a equipe da liderança do Brasileirão, havia a expectativa de que o São Paulo reagisse. Mas isso não aconteceu – antes da derrota para o Atlético-GO, o time só empatou com o Coritiba, em casa.

"Depois do duro resultado contra o Inter, fizemos reunião para aguardar reação contra Coritiba e Atlético-GO, mas não veio. Assumimos num contexto diferente. No calendário normal teria pré-temporada. Temos de planejar o futuro e por isso a decisão foi tomada agora, visando planejamento em curso. Temos cinco rodadas, acreditamos em bons resultados, mas precisamos pensar no planejamento", comentou.

O próximo compromisso será apenas em 10 de fevereiro, quando o time vai receber o Ceará, no Morumbi. Casares evitou dar um prazo para o anúncio do novo treinador do clube. Por enquanto, portanto, o banco de reservas será ocupado por Vizolli.

"Cabe aos profissionais discutirem o melhor técnico e que atenda o DNA do São Paulo, de competição, clube comprometido com resultado e vitória. Todos nós teremos metas, inclusive o técnico, terá de ter compromisso com resultado", afirmou o presidente do São Paulo também evitando traçar um perfil ou uma nacionalidade de preferência para o futuro técnico.

Casares também destacou que a saída de Raí do cargo de diretor-executivo se deu por decisão do próprio ex-jogador, que tinha acordo para permanecer na função até o fim do Brasileirão. E a sua saída abre caminho para o início do trabalho de Rui Costa. O presidente são-paulino, porém, ressaltou que o dirigente não terá a última palavra no momento de tomar decisões.

"Raí é um grande ídolo e correto. Tinha contrato até fevereiro. Decisão foi dele. Deixamos à vontade. Temos uma admiração, reconhecimento e principalmente como grande ídolo que é. O Rui Costa é gerente executivo, vai executar, negociar e seguir o que for determinado pro futebol. Terá poderes, sim, mas o jogador identificado por nós é o que ele vai seguir como desafio. É um grande profissional e que vai trabalhar na nossa realidade orçamentária", comentou.

Sem vencer desde 26 de dezembro, o São Paulo, antes líder do Brasileirão, até com folga na tabela, caiu para o quarto lugar, a sete pontos de distância do Inter, o primeiro colocado. Nesse período, o time também foi eliminado pelo Grêmio na semifinal da Copa do Brasil e acumulou dois empates e quatro derrotas no Brasileirão. Agora, está sob risco até de não se classificar diretamente para a fase de grupos da Copa Libertadores. Em quarto lugar, o São Paulo tem cinco pontos de vantagem sobre o Fluminense, o quinto colocado – somente os quatro primeiros entram na fase de grupos.

Diniz estava à frente do time desde o fim de setembro de 2019. Ele era o segundo técnico mais longevo entre os times da Série A, atrás apenas de Renato Gaúcho, contratado em setembro de 2016 pelo Grêmio. O treinador deixou o clube com aproveitamento de 54,9%, com 34 vitórias, 20 derrotas e 20 empates. Raí, por sua vez, ocupava a função de diretor-executivo desde dezembro de 2017.

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