Em São Paulo, segundo dia de Enem é de calma entre estudantes

Mochila nas costas e máscara no rosto. Esse é o <i>dress code</i> dos jovens que se propuseram a realizar a segunda etapa do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) na manhã deste domingo, 24, na Universidade Cruzeiro do Sul, localizada na Avenida Paulista, em São Paulo. A abertura dos portões foi marcada para as 11h30 e, o início das provas, às 13h30.

A estudante Giulia Beatriz Tomé Costa, de 17 anos, diz que, por ser ansiosa, procurou chegar o mais cedo possível. A expectativa está alta, "apesar de não gostar de matemática, estou preparada para realizar a prova, afinal, mesmo com método de estudo à distância, tive mais liberdade para estudar os tópicos que, de fato, eu precisava e queria me dedicar. Na escola, por exemplo, as amizades nos dispersam", conta ela, que tem mãe e padrasto professores. "Tive muita facilidade por causa disso", brinca.

A estudante, que quer ser professora de Português e se formar em literatura coreana, confessa que estudava todos os dias das 14 horas às 18 horas, mas, ainda assim, pensou em desistir. "Como sou treineira, cheguei à conclusão de que não havia necessidade de vir, mas ao mesmo tempo, é um preparo necessário para todo mundo, porque quem deixa (os estudos) para a última hora acaba se dando mal", conclui ela. "Acredito que não deveriam ter aplicado a prova. São Paulo tem muita gente circulando. Parece que as pessoas não se importam com a pandemia e isso me faz refletir sobre a segurança", enfatiza.

A estudante conta que o aumento da lotação (nos locais de prova) de 50% para 80% é um agravante. "Mas, aqui (na Universidade Cruzeiro do Sul), eles separam bem. Na semana passada, durante a primeira etapa, tinham 15 pessoas na minha sala, apenas".

<b>Dificuldades de adaptação ao EAD</b>

Para o estudante Douglas Bueno Carvalho, de 18 anos, foi difícil se adaptar ao EAD. "Não estamos acostumados com isso. Acabava estudando entre meia hora e uma hora por dia. Como a prova foi anunciada bem cedo, acabei não estudando tanto assim. Fui diluindo o estudo ao longo do ano, isso deu uma preparação mais tranquila", conta ele, que quer ser designer.

A estudante Laura Antunes, de 18 anos, finalizou o ensino médio ano passado e agora esse é seu primeiro ano fazendo o Enem "pra valer". Na visão dela, como muitas pessoas desistiram do Enem neste ano, a concorrência deve estar menos acirrada, no entanto, "não tive uma boa qualidade de estudos via EAD, pois a adaptação à nova experiência foi bem difícil, principalmente na primeira metade do ano".

Sobre chegar com mais de meia hora de antecedência ao local da prova ela, que quer fazer Direito, relata: "Soube dos problemas ocorridos na semana passada (alunos barrados), que, aliás, achei um absurdo, então, resolvi chegar mais cedo. Eu não queria passar por isso."

<b>Cuidados com a pandemia</b>

Para Bruno Ferrucio, 20, que prestará vestibular para Ciências da Computação, é importante chegar mais cedo, por causa do cenário de pandemia. "Quero conseguir um lugar perto da janela, mais afastado dos demais candidatos."

Já Arthur Missias, 17, que acabou o Ensino Médio no ano passado e pretende cursar Farmácia. "Eu tô de boa. Fico meio em cima do muro em opinar se deveria ou não haver a prova. Muitos amigos meus acham que não, tanto que vários desistiram." Para ele, mesmo com a dificuldade do EAD, a vantagem de fazer o Enem agora é, justamente, não ter um ano perdido.

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