Matheus Lopes, de 24 anos, a mulher, Rita, de 17, e os dois filhos, chegaram terça-feira ao abrigo de desabrigados pela enchente em Sabará, na Grande BH. Foram alojados em uma escola, para onde foram levadas mais 10 famílias. Todos perderam suas casas na enxurrada da última semana. No Estado, 53,6 mil foram tirados de casa após as tempestades deste mês.
"A gente não pode voltar porque lá é área de risco. O barranco cedeu e a casa está ameaçada", disse Lopes, na quarta. O pedreiro Altair Antonio de Barros, de 52 anos, e a mulher, Maria Nilza, de 55, que faz tratamento de hemodiálise, se acomodavam em um colchão ao lado de roupas doadas. Também foram obrigados pela cheia a sair de casa no sábado passado. "Queremos ajuda para retomar nossa vida normal", afirma ele.
Segundo a assistente social da prefeitura, Elizabeth Cornélio, que coordenava o abrigo, a situação é provisória e as aulas, que teriam início no dia 3, foram adiadas para o dia 10.
<b>BH
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Na capital, o aposentado Ademar Rodrigues, de 64 anos, morador do Barreiro, zona oeste, perdeu a família inteira – os três filhos e a mulher – no desmoronamento da casa em uma encosta na noite do dia 24. Ele anda pelo bairro usando roupas doadas por amigos e vizinhos porque na noite da tragédia ficou só com a do corpo. Perdeu tudo que tinha em casa.
Ele relatou a amigos e a vizinhos que estava do lado de fora da casa quando as paredes desabaram, arrastadas pela encosta do morro. "Perderam tudo", contou Vaguinho, uma das pessoas que ajudaram no resgate dos corpos.
O próprio Ademar cavou na lama em busca da família. O enterro dos quatro foi na terça. O local está interditado pela Defesa Civil de BH, com a entrada da vila vigiada pela Guarda Civil.
Em nota, a prefeitura de BH disse que fez 2.871 cadastramentos de famílias atingidas pela chuva e foram oferecidas 560 vagas em pousadas. Cerca de 400 pessoas passaram pelo abrigo – 287 permanecem nos locais até a manhã de ontem. As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>