O Smart é um daqueles carros que parecem não ser desse tempo. Ou, se é, demonstra que o brasileiro não está preparado para conviver com os compactos de verdade. O Guarulhos HOJE avaliou, durante uma semana, um modelo mhd, de entrada, que foi cedido pela Mercedes-Benz, empresa que detém a marca do que poderia significar uma solução para o trânsito das grandes cidades brasileiras.
Exercício rápido: olhe para o lado. Conte quantos veículos estão a sua volta neste momento. Agora, veja quantas pessoas cada um deles carrega. Com certeza, a maior parte terá apenas o motorista ou só mais um passageiro. No trânsito, nos dias de semana, indo ou voltando do trabalho, dificilmente você encontra ou carrega mais passageiros. Assim, seu automóvel – e dos demais – são subutilizados.
O Smart, febre na Europa, onde as coisas sempre acontecem antes do que aqui, tem exatamente essa proposta. Com 2,70 de comprimento, ocupa muito menos espaço nas incontáveis filas de carros e pede vagas menores para estacionar. De tão prático, cabe até em 90 graus em relação à calçada, como se fosse uma moto. Tem só 1m55 de largura.
Mas – infelizmente – o Smart está longe da realidade brasileira. A começar pelo preço, praticamente impraticável por aqui. O mais em conta, a versão avaliada de entrada, custa R$ 49.900,00, valor de um médio, cheio de equipamentos embarcados. Assim, dificilmente – ou nunca – será o primeiro veículo de uma família. Desta forma, acaba sendo um carrinho mais do que interessante, que atrai somente alguns excêntricos ou gente que tem vários outros modelos na garagem e o utiliza apenas de segunda a sexta-feira.
Carrinho agrada em diferentes situações
Deixando de lado quanto custa, avaliando apenas seu desempenho e comodidade, não demora para notar que o Smart é fantástico. O espaço interno, para motorista e um acompanhante, é de dar inveja em muito carro maior. Tudo muito compacto mas com bom nível de conforto, sem pernas apertadas ou mesmo cabeça encostando no teto. O habitáculo supera as expectativas iniciais. Equipamentos bem à mão, câmbio automatizado simples, com opções de trocas sequenciais ou na posição automático.
No trânsito, o motor de mil cilindradas, 3 cilindros, aspirado, escondido sob o assoalho, com um pequeno acesso pela porta traseira, responde muito bem. Acionado o botão Eco, que o torna mais econômico do que já é, o Smart pipoca um pouco. As marchas demoram um pouco para entrar. No modo normal (ou esportivo), ele fica um pouco mais nervoso. Mas nada que se compara quando você opta por trocar as marchas de forma sequencial, depois de um período de adaptação,quando já é possível entender melhor o carro.
Difícil encontrar uma situção, em meio ao tráfego urbano, que o pequeno Smart deixe a desejar. Mesmo em subidas mais íngremes, com o asfalto escorregadia, ele é valente para responder no pé. Mais um pouco de adaptação e dá para usá-lo quase como uma moto, devido à agilidade e leveza nas manobras.
Durante a avaliação, foram pouco mais de 220 quilômetros rodados. Neste percurso, o tanque exibia ainda mais da metade de combustível, em um tanque que leva 33 litros de gasolina. Ou seja, cerca de 15 litros consumidos, o que se pressupõe uim consumo superior aos 14 km/l, em tráfego urbano, com ar condicionado acionado ma maior parte do tempo.
Contribui para a economia a tecnologia mhd (micro hybrid drive), formada por um gerador que substitui o sistema tradicional composto por alternador e motor de partida. Ele desliga o motor toda vez que ele cai para uma velocidade inferior a 8 km/h e o motorista está pressionando o pedal de freio, situação bastante comum nas ruas congestionadas das cidades.
Destaques versão MHD
– caixa porta treco;
– sistema de abertura do porta-malas com apenas uma mão;
– entradas auxiliares de áudio e Isofix – sistema para fixação de cadeirinha de crianças com desligamento manual do airbag;
– direção elétrica;
– rodas de liga leve de 12 raios;
– rádio com leitor mp3;
– ESP (programa de estabilidade eletrônica) como item de série, que inclui uma função de assistência de partida integrada em subidas íngremes, impedindo o automóvel de voltar para trás em ruas muito inclinadas;
– ABS, airbags;
– coluna de direção deformável;
FICHA TÉCNICA
Motor |
71 cv mhd |
Cilindrada |
3 cilindros (aspirado) |
Potência |
999 cm³ |
Torque máximo (Nm) |
71 cv / 5800 rpm |
Aceleração 0-100 km/h (s) |
92 Nm |
Velocidade máxima * |
13,7 s |
Pneus |
145 km/h |
Comp / Larg / Alt (mm) |
15" |
Distância entre eixos |
2.695 mm / 1.559 mm / 1.542 mm |
Volume do porta-malas |
1867 kg |
Peso sem condutor (kg) |
220 litros |
Tanque/ reserva |
33 l |
Peso sem condutor (kg) |
750 kg |
Preço |
R$ 49.900,00 |
Família Smart
MHD Cupê 71cv – R$ 49,9 mil
Fortwo Coupé Turbo (1.0) Cupê 84 cv – R$ 64,9 mil
Fortwo Cabrio Turbo (1.0) Conversível 84 cv – R$ 71,9 mil
Fortwo Cabrio Turbo Triatop (1.0) Conversível 84 cv – R$ 72,7 mil