O estoque total de operações de crédito do sistema financeiro subiu 1,4% em outubro ante setembro, para R$ 3,872 trilhões (número arredondado), informou nesta sexta-feira o Banco Central. Em 12 meses, houve alta de 14,5%.
Os dados apresentados pelo BC são influenciados pelos efeitos da pandemia do novo coronavírus, que colocou em isolamento social boa parte da população e reduziu a atividade das empresas – em especial, nos meses de março e abril. Em meio à carência de recursos, famílias e empresas aumentaram a demanda por algumas linhas de crédito nos bancos.
Em outubro ante setembro, houve alta de 1,7% no estoque para pessoas físicas e alta de 1,0% para pessoas jurídicas.
De acordo com o BC, o estoque de crédito livre avançou 1,4% em outubro, enquanto o de crédito direcionado apresentou alta de 1,3%.
No crédito livre, houve alta de 1,9% no saldo para pessoas físicas no mês passado. Para as empresas, o estoque avançou 0,8% no período.
O BC informou ainda que o total de operações de crédito em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) foi de 52,8% para 53,4% na passagem de setembro para outubro.
As projeções do BC, atualizadas no Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de setembro, indicam expansão de 11,5% para o crédito total em 2020. A projeção para o crédito livre em 2020 é de alta de 12,5%. Já expectativa para o crédito direcionado é de elevação de 10,1%.
<b>Habitação e veículos</b>
O estoque das operações de crédito direcionado para habitação no segmento pessoa física cresceu 1,1% em outubro ante setembro, totalizando R$ 697,272 bilhões, informou o Banco Central.
Em 12 meses até outubro, o crédito para habitação no segmento pessoa física subiu 10,6%.
Já o estoque de operações de crédito livre para compra de veículos por pessoa física subiu 1,4% em outubro ante setembro, para R$ 212,138 bilhões. Em 12 meses, houve alta de 8,2%.
<b>Setores</b>
Em meio à pandemia do novo coronavírus, o saldo de crédito para as empresas do setor de agropecuária subiu 2,7% em outubro, para R$ 30,798 bilhões, informou o Banco Central.
Já o saldo para a indústria ficou estável, em R$ 707,933 bilhões. O montante para o setor de serviços teve alta de 1,9%, para R$ 965,231 bilhões.
No caso do crédito para pessoa jurídica com sede no exterior e créditos não classificados (outros), o saldo caiu 11,4%, aos R$ 9,665 bilhões.
<b>BNDES</b>
O saldo de financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para empresas recuou 0,7% em outubro ante setembro, somando R$ 390,616 bilhões, informou o Banco Central. Em 12 meses, a queda acumulada é de 1,4%.
Os dados apresentados pelo BC são influenciados pelos efeitos da pandemia do novo coronavírus, que colocou em isolamento social boa parte da população e reduziu a atividade das empresas – em especial, nos meses de março e abril. O BNDES tem participado de iniciativas do governo federal para manter a oferta de crédito às empresas.
Em outubro, houve alta de 0,2% nas linhas de financiamento agroindustrial do BNDES, queda de 0,7% no financiamento de investimentos e elevação de 2,2% no saldo de capital de giro.
<b>Setor não financeiro</b>
O saldo do crédito ampliado ao setor não financeiro subiu 1,8% em outubro ante setembro, para R$ 11,657 trilhões. O montante equivale a 160,9% do PIB do Brasil, conforme dados divulgados pelo Banco Central.
O crédito ampliado inclui, entre outras, as operações de empréstimos feitas no âmbito do Sistema Financeiro Nacional (SFN) e as operações com títulos públicos e privados. A medida permite uma visão mais ampla sobre como empresas, famílias e o governo geral estão se financiando, ao abarcar não apenas os empréstimos bancários.
No caso específico de famílias e empresas, o saldo do crédito ampliado avançou 1,2% em outubro ante setembro, para R$ 6,643 trilhões. O montante equivale a 91,7% do PIB.