Oito proprietários de estabelecimentos na avenida Brigadeiro Faria Lima, no Cocaia, estão revoltados com a possibilidade de seus imóveis serem desapropriados a qualquer momento pela Prefeitura. Em documento, a atual Administração Municipal alega que as propriedades ocupam a faixa de um córrego de forma irregular. No entanto, outro prefeito, Néfi Tales, concedeu autorização para a permanência no local em 1998.
"Foi em outubro do ano passado que vieram com a notificação para fazer a demolição", conta o advogado Antônio Edson de Almeida Silva, 56 anos, que tem escritório na via e relata que a autorização, na época, foi concedida após a construção de uma parede de contenção atrás dos imóveis. Eles alegam ter gastado mais de 130 mil para levantar um muro de 110 metros de largura por três de altura, conforme em processo do Departamento Jurídico da Prefeitura.
"O Ministério Público não quer nos receber. Eles se negam fazer uma audiência", relata Silva. O comerciante Ernesto Botone Neto, que também é prejudicado com a situação, acredita que está sendo desprezado. "É difícil. Se eles demolirem não sei para aonde ir com a minha família", argumenta ele, que também mora no local.
Igualdade – Os proprietários afirmam lutar por igualdade, já que na mesma faixa do córrego há outros comércios, residências e até mesmo grandes prédios, como os da Igreja Evangélica e da Escola Técnica Natasha. "Quero igualar a situação. Ter um tratamento igual para todos", destaca Almeida.
Por este motivo, o grupo está organizando uma manifestação. Segundo Almeida, hoje serão colocadas faixas pretas como protesto no local. Na próxima segunda-feira, pessoas vestidas de palhaços vão entregar panfletos e folhetos para os moradores da região, além de colher assinaturas para um abaixo-assinado.