O colegiado do Conselho Tutelar da região do Pimentas, formado por cinco conselheiras, reclamam do constante atraso do pagamento da gratificação de duas conselheiras. Com uma delas, o problema já acontece há cinco meses. Segundo elas, a ausência de informações e atendimento da Prefeitura reforçam a indignação do colegiado.
"Ser conselheira tutelar é uma questão de causa e missão dedicada aos guarulhenses. No entanto, somos desrespeitadas pela própria administração pública", contesta Cleide Aparecida Leal de Souza, que está com o pagamento de sua gratificação atrasada há dez dias. Conforme relata, ela sofreu com o mesmo problema em julho.
Outra conselheira, Marineusa Alves de Jesus, também não recebeu seu pagamento. Ela conta que desde que passou a exercer o cargo, em abril, o transtorno se repete. "Somos obrigadas a passar por constrangimentos, desgastes e ainda prejudicamos o andamento do trabalho na sede para ir até a Secretaria de Finanças para retirar o cheque, depositá-lo, sendo que o valor deveria ter caído na conta", diz.
O colegiado aponta que fez diversas tentativas de contato com alguns setores da Prefeitura, dentre os quais a Secretaria de Assistência Social, Secretaria de Finanças e Secretaria de Governo. "Esgotamos todas as possibilidades de diálogo antes de procurar a imprensa, porém não conseguimos esclarecimentos sobre o que está acontecendo", disse Célia Silva, uma das conselheiras.
Para Marineusa, o problema ultrapassa a questão financeira. "Nós, conselheiras tutelares, trabalhamos interferindo diretamente na estrutura de famílias e vidas. Mas não temos o respaldo necessário da administração pública". A conselheira Célia Evanice de Siqueira destaca: "vemos uma defensora dos direitos, mãe, que tem os seus direitos violados".
Ainda de acordo com as conselheiras tutelares do Pimentas, outras unidades do serviço na cidade têm o mesmo problema. A Secretaria de Assistência Social (SAS) foi contatada pelo Guarulhos Hoje, mas informou que o assunto é pertinente à Secretaria de Finanças. Esta, por sua vez, alegou que houve um problema no processo de informações para o pagamento de gratificação das conselheiras – que se deu no trâmite da SAS para a Pasta – o que causou atraso no pagamento.
No entanto, a Secretaria de Finanças não informou qual a razão do atraso persistir por vários meses, como no caso da Marineusa. A secretaria informou que tudo já está resolvido e que os pagamentos serão efetuados ainda nesta sexta-feira.