Temendo o desmoronamento das estruturas do conjunto habitacional Jurema I, localizado no Parque Jurema, região do Pimentas, os moradores denunciam problemas que oferecem riscos aos residentes dos prédios do conjunto. O empreendimento foi entregue há cinco anos por meio do Programa de Arrendamento Residencial (PAR), do Governo Federal.
Eles apontam rachaduras em várias áreas, alta incidência de umidade na parte interna e externa dos apartamentos, ferrugem das colunas da construção – que surgem sobre a pintura dos prédios – e vazamento na caixa dágua. "Esta obra foi feita de qualquer jeito", afirmou o aposentado Walter Flamengo Salles, 72 anos, que faz parte da comissão dos moradores do conjunto.
Riscos – Salles frisa que os residentes dos 200 apartamentos, distribuídos em dez blocos, são desrespeitados ao não obter retorno da administradora do conjunto habitacional, a empresa Pricipal, e da própria Caixa Econômica Federal (CEF), responsável pelo financiamento do residencial.
O morador aponta locais com profundas fissuras. "Os quadros de relógios medidores de consumo de água, feitos em cimento rente às paredes dos prédios, tiveram rachaduras tão graves que se descolaram da parede. Corremos riscos e não somos ouvidos".
A dona de casa Sara da Silva, 36, mora no andar térreo e conta que já reformou seu apartamento três vezes, mas o problema de umidade nas paredes persiste. "A umidade é tamanha que, das paredes, começam a cair pedaços", disse Sara.
Outra moradora do andar térreo, Wanderli Lara, 48, diz que a situação no andar térreo é pior. "Minha casa já chegou a inundar com água de esgoto".
Salles afirma que, há cerca de dois anos, a comissão de moradores esteve em reunião com representantes da CEF, que encaminhou uma engenheira no mesmo período para efetuar uma vistoria. O morador diz que não tiveram nenhum previsão para soluções. "O que se vê é um ‘jogo de empurra-empurra entre a CEF e a Principal", diz a moradora Cristina Pereira, 40.
O Guarulhos Hoje questionou a Caixa Econômica Federal sobre os problemas estruturais do conjunto habitacional Jurema I no fim da tarde da quinta-feira. Porém, até o fechamento desta reportagem, não obteve resposta.
Problema é recorrente – Não é a primeira vez que o Guarulhos Hoje constata problema em empreendimentos do PAR. No conjunto habitacional Maria Dirce II, em bairro que lhe dá o nome, os moradores também passavam por transtornos com rachaduras, como retratado em reportagem de janeiro de 2009.