Cidades

Moradora de rua monta barraca de camping na praça da Saudade

Nas próximidades da Praça da Saudade, Jardim Santa Mena, há uma barraca de camping. A moradora dela identifica a si própria como Taís do Rosário.

"Eu estava numa igreja e daqui a pouco vou embora para a casa", declarou à Reportagem nesta sexta-feira, 12, ela, que, segundo comerciantes da região, mora no local a cerca de um ano.
O Guarulhos Hoje esteve no local e encontrou a barraca aberta. Dentro, caixas de papelão, um tapete com o desenho do urso Puff e uma bolsa de viagem. Ao lado estava um banco feito de bambu.

Taís não estava na moradia improvisada. Andava na avenida de um lado para o outro com uma mochila nas costas e um cigarro na mão. De vez em quando, parava e gesticulava sozinha, parecendo conversar com alguém. "O dia inteiro ela fica andando para um canto para o outro, sempre com a mochila nas costas. Nunca a vi mexer com alguém ou fazer qualquer mal", comenta o jornaleiro Wanderley Correa, 58. Ele revela para a reportagem que Taís é uma pessoa limpa e não atrapalha ninguém. "Ela toma banho no canto da praça, lava a roupa também e pendura neste tronco de árvore. Todo dia ela varre em frente a sua barraca e não deixa nada sujo", comenta.

Porém o clima de aceitação entre Tais e habitantes da região não é algo comum nessas situações. A tensão entre a população que vive nas ruas e moradores de bairros onde vivem pode ser conferida em diferentes matérias do GH – como aquela publicada em 17 de fevereiro. Na ocasião, moradores da região e pessoas que estão em situação de rua estavam em conflito na região central. "Como a Polícia não vinha, os meninos do bairro deram um jeito de afastar os moradores de rua daqui. Ninguém machucou ninguém, mas pelo menos eles foram embora", contou à época a comerciante Marta Rodrigues, 38.

Origem – Vestida com um jaleco verde musgo, uma calça jeans e um capuz e boné na cabeça, Taís contou que tem 22 anos e que mora no bairro Carrão, na Capital. Ela, que pouco antes na entrevista havia dito que estava em uma igreja e que voltaria em breve para casa, diz que montou a barraca para descansar. "Eu vim da rodoviária e estou com uma dor no joelho".

Segundo o comerciante Dalmar Ferreira Porto, ninguém do bairro conhece a história dela. "Ninguém sabe se ela tem família, se tem mãe, pai ou até filho", completa.
Dono de uma padaria em frente à praça, Porto diz: "Ela vem tomar um café e paga direitinho. O pessoal ajuda bastante, direto ela recebe um trocado"


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