A construção do trecho Norte do Rodoanel, que passará por Guarulhos, vai evitar a ocupação irregular nas regiões consideradas de proteção ambiental. "O traçado deve passar no meio da serra e pode criar uma barreira ambiental, o que impede a habitação desordenada", entende Marcelo Chueiri, coordenador técnico da Agência de Desenvolvimento de Guarulhos (Agende).
A implantação do Rodoanel será um dos temas de encontro que acontece nesta quinta, às 10h, na Câmara Municipal, quando a Comissão de Meio Ambiente do Poder Legislativo se reúne com representantes da Secretaria de Meio Ambiente para discutir a criação das Áreas de Proteção Ambiental do município (APA).
Para a vereadora Luiza Cordeiro (PCdoB), presidente da Comissão, a criação da APA deve beneficiar o município e evitar danos a população. "Esta ação tem o objetivo de regularizar a ocupação e proteger áreas ambientais da cidade e, principalmente a população que habita nos locais que devem fazer parte do traçado do Rodoanel (sem mencionar quais)", declara Luiza.
Ela ainda destaca que a criação de áreas de proteção ambiental pode trazer benefícios a cidade, inclusive pela implantação do Trecho Norte do Rodoanel que deve passar pela região do Cabuçu. "Pelo Rodoanel, o Governo do Estado deveria compensar a cidade a ponto de evitar desapropriações nos locais que irão receber o equipamento. No momento, a única informação é a de que os moradores serão indenizados pela área construída e não por ocupação. Precisamos correr contra o tempo".
O secretário municipal de Meio Ambiente, Alexandre Kise, declara que o empreendimento não trará benefícios à cidade e afirma que a Prefeitura está negociando compensações junto ao governo estadual. "No traçado original não consta entrada para o município. Vou propor a Secretaria de Transporte e Trânsito (STT) avaliar o percurso e propor as alterações necessárias", explica Kise.
Na edição do dia 15 de outubro do Guarulhos Hoje, o secretário declarou que o empreendimento deve dividir geograficamente o Jardim dos Cardosos e remover parte da estrada do Cabuçu, e que pretende negociar com o Estado a remoção adequada dos habitantes, independente de estarem regularizadas ou não.