Cidades

Após reintegração de posse, famílias são retiradas no Jardim nas Nações

O motivo ocorreu por causa das casas estarem em uma viela pública

Três casas no Jardim das Nações foram derrubadas nesta terça no período da manhã, após ação da Prefeitura para desapropriação. Segundo a oficial de justiça da 8º Vara Civil Lucélia da Rocha Epinella, a reintegração de posse ocorreu por causa das casas estarem em uma viela pública. Quando o Guarulhos Hoje chegou ao local, encontrou as famílias correndo para retirar os móveis dentro das casas.

As moradias estavam localizadas entre as ruas Inglaterra e México, sendo duas que davam em frente para Inglaterra, na altura do número 145 e uma em frente para o México, na altura do número 137.

A oficial de justiça conta que as casas sofriam um processo desde 1995 e que um aviso extrajudicial havia sido realizado na última terça-feira. Ela ainda afirma que as pessoas sabiam sobre o processo e que desde 2005 foram mandadas cartas de aviso para as famílias realizarem mudança de local.

Desolada, a diarista Adriana Silva de Araújo, 40 anos, recebeu a informação da reintegração pelo seu filho. "Estava no posto de saúde quando o meu filho ligou. Eu vim correndo", conta. Ela mora há 15 anos na casa, na rua Inglaterra, junto com o filho.

Ela recebeu a vista da oficial de justiça na semana passada, mas estava despreparada para deixar a casa. "Para onde eu vou? Não tenho lugar para ir. Estou colocando os meus móveis nas casas dos vizinhos e vou ficar por enquanto da casa do meu irmão", comenta.

Para a diarista Estelita Araújo da Silva, 51, a desapropriação vai piorar a sua situação. "Tenho um filho com problemas mentais. De vez enquanto eu faço bico, mas não tenho muito dinheiro. Agora eu não sei onde ficar. É muito duro tudo isto", lamenta. Com 18 anos morando na mesma casa que fica atrás da residência de Adriana, Estelita chorava enquanto retirava o resto dos móveis de sua cozinha.

O motorista Cícero Marcelino, 49, mora há dois anos na rua México e que se mudou mesmo sabendo sobre a irregularidade. "Um rapaz que morava na casa me chamou para ficar com ela e tinha me dito das condições de riscos". Ele vai ficar na casa de seu irmão que mora no mesmo bairro até encontrar um outro lugar. "Eu consigo me virar, o pior é que se transformarem em uma viela vai virar ponto de drogas", completa.

Continuidade – Na rua Inglaterra, outras três casas também podem ser desapropriadas ainda esta semana. Segunda a diarista Maria José Ferreira de Oliveira, 41, a sua casa também está em uma viela pública. "O rapaz da escavadeira me disse que de amanhã ou depois de amanhã eles vêm em casa para tirar a gente".

Questionados sobre quais assistências a Prefeitura daria para as famílias que foram desapropriadas, a Secretaria de Assuntos Jurídicos informou que a Prefeitura ofereceu transporte de mobília para os moradores.

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