A audiência pública sobre o trecho norte do Rodoanel foi interrompida, quarta-feira, no auditório da Universidade de Guarulhos (UNG), campus Centro, sob protestos de entidades e manifestantes presentes, apoiados por parlamentares. O Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S.A.), responsável pela obra, não chegou a concluir suas explanações sobre a chegada do complexo viário à cidade, ainda na primeira parte do encontro.
Com um auditório e duas salas anexas com transmissões por telões lotados, a audiência pública iniciou com atraso, o que já gerou protestos dos presentes. Após a chegada do prefeito Sebastião Almeida, o Dersa iniciou as apresentações, pontuando os benefícios que a via trará não só aos munícipes, como também ao sistema viário local e a garantia de que os moradores em regiões por onde o traçado passará não serão prejudicados.
Quando a integrante da equipe de Estudo de Impacto Ambiental do Trecho Norte, Ana Maria Iversson, passou a tratar do envolvimento da obra no meio-ambiente, populares se manifestaram com vaias, protestos e até confronto físico entre favoráveis e contrários ao Rodoanel. Entre os contrários, estavam os vereadores da base aliada como o deputado estadual eleito Alencar Santana.
Após várias tentativas de retomada, a mesa que conduziu o encontro informativo se reuniu com Almeida, os parlamentares da base aliada e da oposição e decidiram pelo adiamento por motivos de segurança, devido ao grande número de presentes que lotou as três salas e os ânimos exaltados.
Almeida se comprometeu a se reunir hoje com os responsáveis do encontro, o secretário de Meio Ambiente de São Paulo e representantes da Dersa para definição da nova data e local da audiência pública.
Dersa apresentou projeto final e detalhou obras
O representante da Dersa, Hermes da Silva, apresentou detalhes total do sistema viário e as melhorias que trará ao trânsito e transportes, segurança e meio-ambiente. Entre os fatores apresentados, o trecho completo do Rodoanel trará uma redução de até 26% no tempo médio das viagem na região metropolitana de São Paulo.
Com 42,8 km de extensão, o trecho norte está orçado em R$ 5bilhões, previsão de início das obras para junho do ano que vem e término em maio de 2014. Atualmente, a obra encontra-se em fase de licenciamento ambiental.
De acordo com Silva, a via situa-se nos limites das manchas urbanas, passando após as últimas moradias, o que não causaria grandes traumas. As desapropriações ocorrerão nos valores de mercado e os afetados terão todo o apoio jurídico inclusive para regularização de documentação das residências. "O processo vai do cadastro, passa pelo auxílio aluguel e culmina na entrega da nova moradia ou cessão de carta de crédito", detalha.
Na área ambiental, a Dersa exemplificou compensações ocorridas em outras regiões por onde o Rodoanel já passa. "Foram construídos parques ambientais, plantios compensatórios e a criação de unidades de conservação", explica.
Ambiental – Na apresentação das questões ambientais, Ana Maria disse que o traçado ajudará na contenção da expansão urbana irregular em direção ao Parque da Cantareira, evitando invasões em áreas de mananciais e de proteção ambiental.
Estudos apontam que, com o trecho norte do Rodoanel, haverá um aumento de 20% da velocidade na Marginal Tietê.
Estão previstos seis trechos em túneis, num total de 6,3 km, e 22 viadutos, numa extensão de 5,2 km.
