O recém-criado grupo de gerenciamento de áreas de risco, ainda sem nome oficial definido até publicação no Diário Oficial do Município (DOM), determinou o início de suas atividades nos bairros Cabuçu e Recreio São Jorge, segundo o diretor da Defesa Civil, Paulo Victor Novaes. Na reunião deliberativa, ocorrida na manhã desta quinta-feira, os integrantes definiram a organização das atividades e os métodos de trabalho da equipe, por isso não foram para campo ainda. São nove especialistas de diferentes secretarias ligadas à Prefeitura.
O início dos trabalhos será imediato e não ficará limitado somente a estas regiões. Além da Vila Operária, a demanda se dará de acordo com as necessidades do município. "É um grupo formado inicialmente em caráter de urgência pelo potencial de risco muito grande nestas regiões, mas depois atuaremos onde for necessário", explicou Novaes.
O grupo atuará de imediato em situações consideradas de micro e pequeno porte, dentro das competências de cada secretaria. "Vamos propor intervenções emergenciais. Em casos de médio e grande porte, elaboraremos relatórios para o governo com propostas do grupo", detalhou.
Vila Galvão – Enquanto o Cabuçu e o Recreio São Jorge aguardam o início das atividades do grupo, a Vila Galvão se recupera das cheias recentes na região da avenida Faustino Ramalho, onde um córrego transbordou e gerou perdas em casas e comércios.
Danos – Recém-chegada na região, a pintora Miriam Meireles, 41, já sentiu o problema do local. Com a casa em reforma, Miriam contou com a "sorte" de ainda não ter móveis em casa, mas perdeu materiais usados na obra. "Cimento, bloco, areia. A água invadiu a garagem e chegou a cinco centímetros de altura", conta, apontando o interior da sala.
As águas passaram de dois metros de seu nível normal no córrego. Um vizinho de Miriam teria perdido eletrodomésticos como geladeira e eletrônicos como DVD.
Prevenido, o aposentado Pedro da Silva, 67, só não teve prejuízos porque correu para fechar o corredor e impedir a passagem das águas. "Qualquer chuva já faz a água vir até o portão. Mas fazia uns oito anos que não enchia desse jeito", disse.
Entulhos – O problema é parecido com o de muitas outras regiões, lixo e entulho despejado dentro do córrego. De acordo com Silva, as pessoas vem de outras localidades e ainda ameaçam quem denuncia. "Eu mesmo já fui [ameaçado]. A gente marca a placa e dizem que marcaram nosso rosto".
Apesar de constar uma placa da Prefeitura à beira do córrego proibindo o descarte de lixo no córrego, nada impede a ação ilegal. "Uma vez liguei para a Prefeitura para denunciar um caminhão descarregando, passei cor e placa e me falaram que eu tinha que fazer a queixa pessoalmente", lembra, apontando um acumulado de pedras que já começam a obstruir o curso dágua.