Na tarde desta terça-feira, diversos sindicatos e movimentos sociais se uniram ao Comitê de Luta pelo Transporte Público em uma manifestação contra a mudança no sistema de transporte, a implantação do bilhete único e, principalmente, o aumento da tarifa.
Com o objetivo de conseguir agendar uma audiência pública para discutir a reformulação do transporte na cidade, os manifestantes seguiram em passeata do marco zero da cidade, no Calçadão, até a Câmara de Vereadores, na avenida Tiradentes. Thiago Santos, 24 anos, integrante do Comitê, conta que a entidade defende o transporte público como um serviço público, oferecido à população por meio de recursos públicos, assim como na saúde. "O bilhete único é uma forma de subsidiar o dinheiro público e a reestruturação no transporte foi feita de qualquer maneira, é uma farsa", disse Santos.
No Calçadão, a agente de saúde Sonia Regina Soares, 30, que se deparou com a manifestação, disse, "o movimento é válido, pois o que a população tem sofrido por conta deste sistema de transporte é um absurdo".
O motorista de lotação da Copergape, José Roberto Canalle, 51, participou do protesto e reivindica que a Prefeitura reveja o sistema. "Há passageiros, por exemplo, que estão sofrendo utilizando até quatro conduções para ir do Jardim Fortaleza ao Centro.
Ao percorrerem as ruas da região central, os manifestantes levantaram cartazes com frases como "Prefeito mal feito", "lotação é a solução" e "Guarulhos virou um caos". No entanto, ao chegarem à entrada da Câmara Municipal, os protestantes foram barrados. Na entrada, mais de 12 guardas da Guarda Civil Municipal (GCM) impediam a entrada e chegaram a fechar a porta. Entre os argumentos utilizados para a proibição da entrada dos manifestantes estava o de que todos não estavam trajados devidamente.
O presidente da Câmara, Eduardo Soltur, afirmou à reportagem que, antes das mudanças, diversas audiências públicas foram realizadas. O parlamentar informou ainda que na manhã desta quarta haveria uma reunião com vereadores e o secretário adjunto de Transporte e Trânsito, Celso Masson, a fim de esclarecer sobre o novo sistema. Soltur disse que o plano de mudança é bem elaborado, mas, sua implementação não está sendo positiva e exigiria mais tempo.