Calçadas com mato alto, lixo, terrenos abandonados, falta de segurança e interferências no abastecimento de água. São os problemas citados por moradores do Jardim Zaira. As carências são contraditórias a valorização do bairro da região central, considerado uma das áreas da cidade com o metro quadrado mais caro, para efeito de cálculos de Imposto Predial e Territorial e Urbano (IPTU).
O valor pago no IPTU, estimado em cerca de R$ 2,766,91 por m2, é ressaltado pela dona de casa Rosangela Silva, 46 anos, que mora na rua Conde Francisco Matarazzo, onde se localiza, inclusive, o Centro Municipal de Terapias Naturais e Complementares da Coordenadoria do Fundo Social de Solidariedade. "Nosso imposto é o mais alto do município e temos que conviver com abandono. Onde vai parar o nosso dinheiro?", indaga.
A professora Marli Iglesia, 47, diz que os transtornos são agravados pelas falhas no abastecimento de água da região. Ela recebeu um técnico do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae) na última semana, que alegou que o problema havia sido resolvido e era pontual, uma vez que a região não deve sofrer com falta de água. No entanto, na manhã desta terça-feira, Marli teve nova interferência no abastecimento de sua casa.
A Secretaria de Desenvolvimento Urbano, incumbida de notificar proprietários de terrenos sobre possíveis irregularidades nos mesmo, fará uma vistoria nas propriedades.
O Saae confirmou que foi feita uma manutenção no local no último dia 28, mas, diferente da informação recebida por Marli, alega que a região pode sofrer intermitências não-programadas no abastecimento de água, especialmente quando há aumento no consumo. Entretanto, o fato é que a pressão não tem sido suficiente para levar a água até as caixas dos moradores, como o próprio técnico do Saae informou à moradora.
Segurança – A turismóloga Kenya Matos, 30, diz que a região tem se tornado um ponto de tráfico e consumo de drogas. Ela conta que sua vizinha, recentemente, foi fechada por dois carros quando chegava do trabalho. "Ela teve que dar ré para fugir, desesperada". Inconformada, a estudante Elenir Irata, 47, ressalta, "é um completo abandono. Tem muitos moradores de rua que intimidam a vizinhança, além de prostituição".
A Policia Militar informou que atende as ocorrências que chegam através do COPOM Guarulhos e realiza o policiamento ostensivo preventivo nas ruas da área central e bairros adjacentes. A corporação afirma ainda que, em pesquisa realizada junto ao COPOM no período de 01 de outubro de 2010 até a presente data, não foi constatada qualquer solicitação de moradores da Rua Conde Francisco Matarazzo com relação à ocorrência de tráfico de drogas, tentativa de assalto e prostituição, mas alerta para que denúncias sejam feitas por meio do 181 (disque denúncia).
A Secretaria de Segurança Pública disse que a Guarda Civil Municipal (GCM) faz ronda nas áreas da região central e que o Jardim Zaira será analisado pelo serviço de inteligência da GCM, que levantará dados para operação no bairro. A Pasta ressaltou que a Prefeitura encaminhou projeto de lei à Câmara de Vereadores para instituir o fundo de política contra drogas.