Após anos se arriscando entre os veículos para atravessar a rodovia Presidente Dutra na altura do km 214, os trabalhadores de empresas como a Yamaha e a NEC ganharam uma passarela. Porém, o que seria a solução virou um problema, já que os pedestres agora tem de disputar o espaço estreito da passagem com motoqueiros, que utilizam o acesso destinado aos pedestres como retorno para encurtar o trajeto de suas viagens.
A reportagem do HOJE esteve no local no final da manhã desta quarta-feira, 2, e flagrou a cena. Sem se preocupar com a presença de uma viatura da Polícia Rodoviária Federal (PRF), parada no acostamento a poucos metros da passarela, um motoqueiro não se intimidou e subiu a passagem sem descer da moto, para pegar a Dutra no sentido Rio de Janeiro. A concessionária NovaDutra, responsável pela manutenção da rodovia, informou que a responsabilidade da fiscalização é da PRF e que não pode fixar barreiras nas entradas da passarela porque isso limitaria também o acesso de cadeirantes ou de carrinhos de bebê.
O inspetor Márcio Pontes, da PRF, justificou que o trecho sobre responsabilidade da PRF em Guarulhos conta com mais de 20 passarelas e que, para dar conta de todas, precisaria deslocar uma viatura para cada. "O problema não é só lá, acontece em outras passarelas. Como opção, encaminhamos um projeto de barreira à ANTT, denominado ‘trava moto, que permite a passagem de cadeira de rodas", explica.
Enquanto o projeto não é aprovado, a PRF realiza fiscalizações com viaturas descaracterizadas. Quem for flagrado cometendo esta infração será enquadrado no artigo 193, considerada infração gravíssima, com multa prevista de R$ 574 e sete pontos na carteira.