Os servidores municipais da Secretaria de Saúde se reuniram na tarde desta terça, em frente ao prédio da pasta, no Gopoúva, para protestar contra a revisão do Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) e para colocar em votação as novas reivindicações da categoria.
O movimento começou por iniciativa dos próprios servidores que contaram como apoio do Stap (Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública). Os manifestantes querem as mesmas bonificações que os médicos receberam no início do ano. "Tirando os médicos, ninguém mais recebeu aquela gratificação de 30% de recuperação salarial. Além disso, os médicos recebem R$ 1.170,00 a mais no mês, devido aos plantões de fim de semana e nós não recebemos nada", diz a enfermeira Maria Batista.
Para Rogério Oliveira, diretor do Stap, a Secretaria de Saúde está dificultando as discussões. "O (Carlos) Derman (secretário muinicipal de Saúde) está ignorando a questão que estamos tentando discutir na CPN (Comissão Permanente de Negociação). São três mil funcionários da Saúde, sem contar os médicos", diz o sindicalista.
Segundo Maria, a Secretaria ainda teria ameaçado os funcionários que aderissem ao movimento. "Hoje de manhã correu um comunicado dizendo que aqueles que estivessem nessa manifestação seriam punidos", relata.
Sem proposta, Stap agora ameaça com paralisação
O Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública Municipal (Stap) irá propor greve geral do funcionalismo público na sexta-feira caso a Prefeitura não apresente o índice de reajuste salarial. A data-base seria 1o de maio, mas a folha de pagamento fecha dia 20, o que permite o aumento salarial ainda neste mês.
O secretário geral do Stap, Denílson Bandeira, afirma que o atraso diminui as possibilidades de negociação. Em fevereiro, a entidade protocolou o pedido de reajuste de 12,29% na Comissão Permanente de Negociação (CPN). Até o momento não houve resposta. A tendência é que o índice seja apresentado fechado, sem possibilidade de contraproposta.
Na reunião de ontem da CPN, segundo Bandeira, os secretários municipais de Finanças, Nestor Carlos Seabra Moura, e Administração e Modernização, Marco Antonio Arroyo Valdebenito, apresentaram que a folha de pagamento atualmente é de 46,9% do Orçamento. De acordo com a Lei de Responsabilidade Fiscal, o índice máximo de gasto com servidores é 54%.
"Esse atraso indica que não vão contemplar o índice. Se vier valor fechado vamos encaminhar para a categoria e pode ter paralisação", diz. Ele afirma que o Stap foi convidado para uma reunião amanhã no Gabinete do Prefeito para apresentação do índice. Como a promessa já tinha sido feita outras vezes, Bandeira diz que se não for apresentado o número real os servidores podem decidir também por greve geral.
Procurada, a Prefeitura de Guarulhos não se pronunciou sobre o atraso na apresentação do índice até a conclusão desta edição.
"Se chegamos a esse ponto é porque a coisa está crítica"
Quando discursou aos colegas, a enfermeira Maria Batista frisou que a situação da categoria é crítica.
"A maioria dos trabalhadores da Saúde é mulher, muitas têm dois empregos e, além disso precisam cuidar dos afazeres de sua casa. Se chegamos a esse ponto é porque a coisa está realmente crítica", disse ela sob aplausos dos servidores.
Uma comissão de trabalhadores formada durante a manifestação foi recebida pela secretária adjunta Teresa Pinho logo após os protestos. O grupo protocolou junto a chefe da pasta uma pauta com as reivindicações da categoria.
Durante a reunião ficou acordado que uma nova comissão seria formada para dar início à terceira revisão do Plano de Cargos, Carreira e Salário. Um novo encontro foi marcado para a próxima terça-feira, 10, às 9h, na Secretaria Municipal de Saúde.