Os 130 estudantes do Núcleo Comunitário Social Educacional Tio Tenório, na Vila Barros, não tiveram aulas nesta segunda-feira. As professoras da entidade conveniada da Prefeitura de Guarulhos não foram trabalhar em protesto pelos dois meses de atraso no salário. A situação aconteceu também na semana passada com algumas turmas.
Um grupo de cerca de 30 mães protestou na escola por volta das 11h. Elas elogiaram os funcionários da unidade, mas criticavam a falta de estrutura do local. "Como a Prefeitura faz um Salão do Livro e não dá condições para os estudantes aprenderem? A merenda é escassa. Para hoje (segunda-feira) trouxeram um quilo de Pimentão e sete pés de alfaces para 130 crianças. É para ficar indignada", afirma a dona de casa Janete Pereira da Silva Soares, 39.
Janete diz que teme que a escola seja fechada e não consiga vaga em outra creche creche para o filho de quatro anos. A diarista Rosimeire Salvaterra, 38, que tem uma filha de seis anos na unidade, afirma que as funcionárias juntam alimentos para completar a merenda escolar que é insuficiente.
Funcionários confirmam problemas na unidade
O HOJE foi informado que os funcionários do Núcleo não possuíam autorização para falar com a imprensa. Uma funcionária, que não quis se identificar, explicou que há dois meses a entidade não recebia verbas da Secretaria de Educação. São 17 funcionários na escola, sendo oito professores. Ela confirmou os problemas da merenda e falta de estrutura. "As escolas municipais tem fartura e o que sobra mandam para as conveniadas. Já teve dias em que as aulas foram canceladas por falta de água no bairro. Como só tem uma caixa de água, não é o suficiente", diz.
A Secretaria Municipal da Educação afirma que a situação do Núcleo Comunitário Social Educacional Tio Tenório já foi normalizada e que o depósito referente à 2ª parcela, correspondente ao 2º trimestre foi feito nesta segunda-feira. A pasta afirma que na Vila Barros há dificuldade de áreas livres para a construção de novas creches, mas uma será construída no Parque Cecap, bairro vizinho. A Secretaria não esclareceu o motivo do atraso no pagamento.