As reivindicações dos servidores municipais da Saúde por melhores condições de trabalho, nos moldes parecidos com os médicos, não sensibilizou a Prefeitura de Guarulhos. A audiência realizada nesta quinta-feira no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 2ª Região terminou sem conciliação entre a administração municipal e o Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública Municipal (Stap).
Nas próximas semanas deve acontecer o julgamento dos pedidos dos sindicalistas e da autorização dos servidores da Saúde. Os servidores pleiteiam redução da jornada de trabalho para 30 horas, fim do banco de horas, reajuste salarial de 30% e aceitação de atestados médicos para justificar as faltas sem haver desconto salarial em folha de pagamento.
O desembargador Francisco Ferreira Jorge Neto não conseguiu êxito para eliminar o banco de horas, o desconto de faltas justificadas e a compensação dos dias 4 e 5 de julho em que a categoria ficou em greve. Ele negou ainda a solicitação de que uma porcentagem de funcionários retornasse à paralisação alegando que "a saúde é serviço essencial e por mais que haja o direito de greve, esse não pode atingir a saúde, que é fator de dignidade de todos nós".
Uma comissão paralela de servidores da Saúde entrou em rota de colisão com o sindicato em maio por conta do Plano de Cargos e Carreiras aprovado na Câmara Municipal. A proposta concedia diversos benefícios essencialmente aos médicos. O grupo se uniu ao Stap e uma greve de dois dias ocorreu no início de julho.
De acordo com o presidente do Stap, Jair Lima, os servidores estão desmotivados com a falta de propostas de benefícios pelo Governo. "O pessoal mais humilde não é compensado em nada", diz. Já a Prefeitura não se pronunciou sobre a audiência do TRT até a conclusão desta edição.