Desde a aprovação da união estável entre pessoas do mesmo sexo, pelo Supremo Tribunal Federal (STF), em maio deste ano, já foram oficializadas, aproximadamente, 43 uniões estáveis nos quatro cartórios de notas da cidade.
Mas mesmo com esses números, uma pesquisa divulgada, no último dia 28, pelo Ibope revelou que a maioria dos brasileiros é contra a união. Foram 55% dos entrevistados que se posicionaram contrários a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), aprovada em maio deste ano. Os resultados variam de acordo com a idade, nível de escolaridade e religião. Segundo a pesquisa, a população ficou dividida entre 52% das mulheres a favor e 63% dos homens contra.
"Ainda há muito preconceito e por isso algumas pessoas não aceitam de jeito nenhum. Infelizmente é uma tradição passada de geração a geração, onde se ensina que o homem nasceu para se casar com uma mulher e nem sempre é o que acontece. Somos felizes, nos amamos e isso não vai mudar", afirma Eunice Alves de Araújo que oficializou sua união com Marta Maria Peres de Sousa no último dia 3 de junho, sendo as primeiras lésbicas de Guarulhos a conquistarem esse direito.
Dentre os benefícios adquiridos com essa medida estão a comunhão parcial de bens, pensões alimentícia e do INSS, planos de saúde, imposto de renda, adoção entre outros. "Isso é algo extremamente importante. Antigamente não tínhamos garantias nenhuma, por exemplo, se o parceiro falecia a família entrava numa verdadeira briga com o companheiro e a justiça sempre favorecia os familiares", afirma Eunice – ela e Marta estão juntas há 23 anos.
Outros dados relevantes foram à aceitação entre quem cursou até a 4ª série do ensino fundamental que é quase a metade (32%) em comparação a quem fez faculdade (60%) e, territorialmente, as regiões Nordeste, Norte e Centro-Oeste têm 60% contra; no Sul 54% das pessoas são contra e, no Sudeste, o índice cai para 51%.
Com relação à religião, entre os 60% dos entrevistados católicos metade se mostrou a favor e a outra metade contra.