A cada dois minutos uma mulher é agredida por seu companheiro. A constatação é de uma pesquisa realizada pela Fundação Perseu Abramo, que indica que 15% dos agressores acreditam que agiram corretamente e não se arrependem, afirmando que fariam novamente. Estima-se que nos últimos 10 anos mais de 41mil mulheres, de todas as classes sociais e idade, foram mortas por seus companheiros – muitas vezes em frente aos filhos.
Em Guarulhos, de janeiro e abril deste ano, a Delegacia da Mulher registrou 323 ocorrências contra mulheres, porém são muitas as vítimas que não denunciam e convivem nessas circunstâncias diariamente. Segundo dados da Coordenadoria de Políticas para as Mulheres (CPM), 13,52% das mulheres vítimas de agressão convivem a mais de 10 anos com essa situação; 17,05% convivem de 6 a 10 anos e 22,35% de 2 a 5 anos. Destas apenas 39% fazem boletim de ocorrência. "A aplicação da lei depende de que a mulher realmente faça a denúncia e vá até o final na sua luta, exija de fato a punição para o agressor pautada na lei, cabendo ao juiz a sua aplicabilidade para casos em que fiquem comprovados qualquer tipo de agressão contra mulheres", ressalta Hedy Maselli de Almeida, coordenadora da Coordenadoria de Políticas para as Mulheres (CPM), de Guarulhos.
Os agressores não estão sempre bêbados ou drogados como comprova a pesquisa da CPM. São 39,41% dos casos onde os homens não fazem uso de nenhum tipo de bebida alcoólica ou drogas, que trabalham em empregos informais ganhando de 1 a 3 salários mínimos.
