Cidades

Falta de opção de lazer leva banhistas a arriscar a vida em lagoas da cidade

Antes mesmo do início da estação mais quente do ano, cinco jovens já morreram afogados nestes locais

O verão ainda nem começou e Guarulhos já registrou cinco mortes por afogamento em lagoas da cidade. Na tarde da última sexta-feira, a reportagem do HOJE foi em três das mais conhecidas da cidade para verificar se nos locais existem placas que indicam o perigo ou se as áreas oferecem alguma restrição quanto a entrada de banhistas nos locais.

O primeiro local visitado pela reportagem foi a lagoa conhecida como a do "Cemitério", em frente ao cemitério de Bonsucesso onde uma criança de 10 anos e um adolescente de 15 morreram nesta semana. O local é conhecido pelos constantes afogamentos e, mesmo assim, pessoas ainda insistem em freqüentar a lagoa. Não existem placas de "proibido nadar" e apenas uma cerca de arame farpado – que é facilmente de ultrapassar – cerca o perímetro da lagoa.

A segunda área visita foi a lagoa Água Azul, no bairro de mesmo nome. Na chegada da reportagem cerca de seis banhistas, entre crianças adolescentes nadavam no local sem nenhuma supervisão de adultos. Até mesmo trampolins de madeira adaptados foram construídos para aumentar a diversão. "Já teve gente que morreu aqui, mas não tem outro lugar pra ir nadar", disse um dos garotos que ali estava, de apenas 10 anos, mesma idade de uma das vítimas da semana passada. Nenhuma sinalização restritiva foi encontrada no local.

Lagoa da região do Fortaleza é um dos locais mais procurados em dias de calor

A última lagoa visitada foi uma localizada no Fortaleza. Muitos banhistas estavam na água quando da chegada da reportagem. Crianças, jovens e adultos passavam a tarde ali e deram a mesma explicação do motivo que acabam por arriscar a vida em águas que, muitas vezes, escondem perigos que passam longe aos olhos. "Fala área de lazer com estrutura. Ai acabamos tendo que vir em locais assim. O grande problema é que muita gente abusa. Acha que não vai acontecer nada e acaba se afogando", disse Valdemar Gonçalves, de 51 anos.

A mesma opinião tem outro banhista que nadava na Lagoa do Fortaleza. Para Carlos Ribeiro Néri, de 48 anos, a falta de placas ou avisos proibitivos fazem falta. "Não existe. Não tem nenhuma placa dizendo que é proibido nadar ou informando profundidade. Eu venho para pescar, fazer um churrasco e nadar sem abusar. Quem abusa, morre", concluiu.

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