Cidades

Natal e férias aumentam o número de crianças pedindo dinheiro nas ruas

Falta de políticas públicas ajuda a potencializar o problema nas vias da cidade

A proximidade do Natal e o início das férias escolares possibilitam um aumento no número de crianças pedindo dinheiro nos principais semáforos da cidade. É possível observar nos cruzamentos das imediações da praça IV Centenário, região central, meninos e meninas fazendo malabarismo para depois passarem entre os carros para recolher moedas.

"Dar dinheiro para as crianças nas ruas piora ainda mais o problema, porque a população estimula a prática do trabalho infantil. Se a sociedade parar de dar esmola, os responsáveis terão que procurar outra forma de garantir um sustento", comenta Carmen Lastiri, presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA).

De acordo com Carmen, as crianças que fazem malabarismo nas ruas vivem na comunidade Hatsuta. "O Conselho já está ciente da presença destes meninos e meninas nas imediações da IV Centenário, mas infelizmente ainda não temos políticas públicas suficientes para atender todas as famílias fragilizadas de Guarulhos".

O Projeto Meninos e Meninas de Rua (PMMR) é o responsável pela abordagem das crianças. "Nós realizamos o trabalho nas ruas centrais, identificamos as demandas, vamos até as famílias e fazemos um trabalho social de apoio e orientação familiar. Realizamos escuta, orientação individual e em grupo para os casos dos direitos violados", declara a assessora de coordenação Lúcia Barroso e Souza.

Segundo o PMMR, de janeiro a novembro foram registrados, na região central do município, o número de 250 crianças e adolescentes que receberam o atendimento da equipe de educadores sociais no trabalho de abordagem.

Conforme cada demanda é realizado o encaminhamento para rede de serviços e políticas com o acompanhamento do Conselho Tutelar ou Vara da Infância e outros órgãos do Sistema de Garantia de Defesa dos Direitos das Crianças e dos Adolescentes. De acordo com os casos, são referenciados no CREAS (Centro de Referência Especializado em Assistência Social) e nos CRAS (Centros de Referência de Assistência Social) para inserção nos programas sociais como Bolsa Família e Projeto de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI).S

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