Cidades

Restrição de caminhões na Marginal Tietê afeta empresas de Guarulhos

Medida tem como objetivo melhorar o tráfego de automóveis na Capital nos horários de maior movimento

O tráfego de caminhões está restrito na marginal Tietê e em outros importantes corredores viários da capital paulista, desde o último dia 12. Os veículos não podem transitar entre 4h e 10h e entre 16h e 22h de segunda a sexta-feira e, aos sábados, das 10h às 14h, exceto feriados.

A medida visa melhorar a fluidez do tráfego, diminuir os riscos de acidentes e garantir a segurança e mobilidade dos usuários da via. Para a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) haverá um aumento de até 20% na velocidade média dos veículos que circulam pela marginal Tietê, uma vez em que é a via que concentra o maior volume de automóveis, circulando diariamente por ela 350 mil veículos – sendo 75 mil caminhões.

Entretanto a restrição tem impacto direto nas cidades circunvizinhas a capital paulista. Segundo Marcelo Chueiri, coordenador técnico da Agende (Agência de Desenvolvimento e Inovação de Guarulhos), o município se transformará em um grande estacionamento para esses caminhões impedidos de circularem na capital.

"Para Guarulhos haverá um grande prejuízo, pois há três grandes estradas que por aqui passam convergindo para a capital, e há o risco de Guarulhos se transformar diariamente em um grande estacionamento de caminhões esperando chegar o horário para terem acesso à marginal Tietê", ressaltou Chueiri.

Para o Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas de São Paulo e Região a medida não minimizará os problemas de tráfego da região. "Já está provado que os caminhões não são os principais agentes dos congestionamentos e, sim, o grande número de veículos de passeio emplacados em São Paulo a cada ano", afirmou o presidente do sindicato, Francisco Pelucio.

Além da marginal Tietê, entre as pontes Aricanduva e rodovia dos Bandeirantes, a proibição valerá para as avenidas Salim Farah Maluf, Professor Luis Ignácio de Anhaia Melo, Tancredo Neves, Presidente Wilson, avenida do Estado, Paes de Barros, Ermano Marchetti, Marquês de São Vicente e rua das Juntas Provisórias.

Transportadoras alegam que medida não melhora o trânsito

Para as transportadoras a alteração não melhora o trânsito na cidade e prejudicam todo o sistema logístico urbano, principalmente restringindo o abastecimento da cidade.

"Para os profissionais de transporte oa maior impacto será operacional, pois aumenta custos e obriga as empresas a trabalhar no limite, e de mobilidade, pois grande número de empresas está no entorno da marginal Tietê, o que provocará um grande número de caminhões esperando o horário para entrar nas empresas, ameaçando o abastecimento das cidades", ressaltou Pelucio.

Além disso, há riscos para os profissionais que deverão aguardar nas vias até o horário permitido para a circulação. "Muitos caminhões que vêm pela Dutra ou Fernão Dias terão que aguardar o horário para entrar em São Paulo. Isso vai provocar filas, veículos nos acostamentos e a exposição dos motoristas a risco de acidentes e roubo de cargas", enfatizou Pelucio.

A CET informa que esta primeira etapa tem um caráter educativo, contudo, a partir de janeiro os infratores serão multados em R$ 85,12, considerada uma infração média, com quatro pontos na carteira de habilitação.

Estão liberados os Veículos Urbanos de Carga (VUCs), caminhões de até 6,3 metros de comprimento, caminhões de urgência, socorro mecânico de emergência, cobertura jornalística, obras e serviços de emergência, além dos serviços dos Correios e sinalização de transito emergencial.

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