A greve dos caminhoneiros que abastecem os postos de gasolina já afeta Guarulhos. Segundo o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de São Paulo – regional Guarulhos, Régis Rutkowski, cerca de 90% dos postos da cidade devem ficar sem combustível hoje.
"Nós estamos sem o abastecimento desde a última segunda-feira. O combustível que temos só será suficiente para hoje na maioria dos postos. E vale ressaltar que mesmo se a greve terminar agora serão necessários pelo menos dois dias para que todo o sistema volte ao normal", enfatizou Rutkowski.
A reportagem do HOJE percorreu alguns postos da cidade ontem e constatou que muitos já estavam operando com a reserva, sendo que o posto, localizado no Carrefour, da Vila Rio, já estava fechado no período da tarde.
Muitos motoristas iniciaram, desde o começo da greve, a chamada "operação tanque cheio", o que já abalou os estoques de alguns postos de combustíveis da cidade. "Aconselho que quem ainda conseguir abasteça o seu veículo porque essa situação tende a piorar", ressaltou Rutkowski.
A medida é um protesto dos veículos que realizam trabalhos de descarga e de distribuição de combustível de grandes postos de São Paulo, que paralisaram a atividade desde meia-noite de segunda-feira por causa da proibição do tráfego de caminhões na marginal do Tietê e em outras 25 vias da capital entre as 5h e 9h e das 17h às 22h, de segunda a sexta-feira, e das 10h às 14h aos sábados. Quem desrespeitar a norma será multado em R$ 85,13 e perderá quatro pontos na carteira de habilitação.
Sindicato não tem previsão para o fim da greve
Desde o ano passado que o Sindicato dos Transportadores de Rodoviários de Autônomos de Bens do Estado de São Paulo (Sindicam-SP) solicitava uma audiência com o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PSD), para negociar uma medida cabível para ambos os lados. Contudo essa audiência não ocorreu e a categoria instaurou a greve.
De acordo com o Sindicam a circulação dos caminhões só voltará a ocorrer quando a prefeitura de São Paulo reverter a medida, ao menos para a Marginal Tietê. Para Rutkowski o problema é a ausência de outra opção de tráfego. "Se pelo menos o Rodoanel estivesse concluído os caminhões poderiam ter outra rota para seguir ou então se eles tivessem segurança poderiam realizar as entregas a noite, porém nenhuma dessas coisas acontece".