"Eu sempre carrego meu cartão telefônico na carteira e utilizo os orelhões para realizar algumas ligações. Pra mim sai mais barato usar um telefone público do que um celular". A opinião de Luiz Cícero dos Santos é uma exceção, uma vez em que com o avanço das tecnologias e a oferta crescente de aparelhos celulares, os populares orelhões foram deixados de lado pelos usuários.
Segundo a Vivo/Telefônica, atualmente existem 4.723 telefones públicos espalhados pela cidade. O número apresentou expressiva redução, já que anteriormente a cidade contava com mais de sete mil aparelhos.
A alteração respeita a regulamentação vigente que determina que de qualquer ponto da localidade que o usuário estiver, ele encontre um orelhão a menos de 300 metros. A densidade de telefones públicos na cidade e no estado de São Paulo é de quatro aparelhos por 1.000 habitantes, conforme determinado pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).
"Eu tenho celular, contudo muitas vezes ele descarrega e preciso fazer uma ligação, logo recorro aos orelhões como única solução", ressaltou o comerciante Valdir Carvalho.
Outra redução significativa tem sido observada na venda de cartões telefônicos. Segundo a Vivo/Telefônica, no primeiro trimestre deste ano, houve uma queda de cerca de 50% no número de venda dos cartões em relação ao mesmo período de 2011.
Mensalmente 25% dos telefones públicos são danificados
Além do avanço da telefonia móvel, o vandalismo também diminui o uso dos telefones públicos. Segundo a Vivo/Telefônica, todos os meses, 25% dos aparelhos são atacados. Essa atitude gera um gasto anual para a empresa de R$ 19,2 milhões para recuperar os orelhões.
"Nem sempre conseguimos utilizar um telefone público porque inúmeras vezes eles estão quebrados e danificados. Falta uma conscientização maior da população", afirma o estudante Fabiano dos Santos.
As ações de vândalos são inúmeras. Em muitos casos, embora a depredação não seja visível, o aparelho pode apresentar defeito devido a pancadas, introdução de materiais estranhos e outros atos de vandalismo capazes de provocar problemas nos aparelhos. Pichação e roubo de componentes também são incluídos como atos de vandalismo.
Orelhões personalizados buscam atrair novamente usuários
Para atrair a atenção dos paulistanos, os orelhões da capital paulista receberão uma homenagem diferente: o "Call Parade". O projeto faz referência à "Cow Parade", que espalhou vaquinhas coloridas em diversos pontos de grandes capitais do mundo.
No total 100 telefones públicos serão personalizados e estarão expostos na cidade entre 20 de maio e 24 de junho.